“E outra (parte da semente) caiu em boa terra e deu fruto: um, a cem, outro, a sessenta, e outro, a trinta. Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça” (Mateus 13:8-9) (grifo meu)
Eu era uma jovem de 17 anos quando conheci um homem 6 anos mais velho que eu, amigo de festa do meu irmão. Gostei dele logo à primeira vista e ele também gostou de mim. Com pouco tempo, depois descobri que ele já tinha sido casado. Minha mãe não queria o namoro e deixou bem claro que ele só queria sexo comigo. Resolvi acreditar na palavra dele e continuar o namoro mesmo contra a vontade da minha mãe. Ele tinha se separado da esposa há dois quando nos conhecemos. Um dia a esposa dele foi à casa de uma amiga minha e disse que eu poderia até namorar ou casar com ele, mas nunca seria a verdadeira esposa: “podem se passar muitos anos, mas eu nunca deixarei de ser a esposa dele”.
A minha amiga me aconselhou a terminar este namoro senão iria contar tudo a minha mãe. Então resolvi terminar o namoro e ele me pediu apenas um mês para resolver esta situação e, realmente, dentro de um mês saiu o divorcio (para mim foi à maior prova de amor). Então namoramos mais um ano e começamos a ter um relacionamento sexual, onde acabei engravidando. Ele me fez acreditar que um aborto seria a melhor coisa (como me arrependo por isto!). Pouco tempo depois engravidei novamente, resolvemos nos casar e assumir nosso filho. Por outro lado, minha mãe, uma viúva que criou seis filhos sozinha praticamente, chegou para mim e disse: “minha filha você só se casa com ele se você quiser. Se não quiser, eu assumo você e seu filho”. Mas como meu desejo de formar uma família era maior, então resolvi me casar no civil. No dia do meu casamento, olhei nos olhos dele e vi uma tristeza tão profunda que senti uma vontade enorme de fugir dali, mas segui em frente. Fui aprendendo a amá-lo a cada dia. Não poderia sentir ciúmes dele porque o motivo da separação do 1º casamento dele foi esta, então aprendi a ser uma “esposa” confiante, que acreditava em tudo que ele dizia.
Quando engravidei da minha filha, ele sugeriu mais uma vez que eu fizesse um outro aborto. Disse para ele que nunca mais faria uma coisa daquela. Resolvi ter minha filha mesmo ele não concordando muito. Pouco tempo depois, ele teve um caso com a noiva do meu irmão, o suficiente para eu mergulhar no abismo. Sofri todas as humilhações possíveis quando soube que ela ia ter um filho. Resolvi ir embora para o Rio de Janeiro. Tínhamos carro, moto, loja de autopeças, casa. Ele ficou aqui e acabou com tudo (louco). Depois foi até o Rio de Janeiro, dizendo-se que estava arrependido e me pedindo para voltar para o Ceará. Eu disse que só voltaria se comprasse pelo uma casa e colocasse no nome dos meninos. Eu voltaria, mas isto seria quase impossível, pois como uma pessoa que não tinha nada poderia comprar uma casa? Ele teve muita coragem: comprou uma moto, começou a trabalhar com vendas, viajando muito e logo comprou um carro. Vendeu e deu entrada em uma casa pela Caixa Econômica Federal e o restante foi financiado. Então resolvi voltar. Em agosto de 2000, resolvi tentar com “casamento”. Ele tem uma sobrinha, na época com 15 anos, que era evangélica da Igreja Batista. Eu achava tão bonito o jeito daquela jovem. Em agosto de 2003, o pai dele recebeu um diagnóstico que estava com câncer no pulmão e toda a família ficou abalada. Como eu gostava daquele senhor! Eu o tinha como um pai, que faleceu quando eu tinha apenas 10 anos. Através da sua sobrinha, a mãe dele havia entregado a vida a Jesus Cristo e com a doença do marido dela, toda semana vinha um pastor evangelizá-lo. Quando terminava o evangelismo, eu ficava questionando, tentando tirar todas as minhas dúvidas. O pastor, com calma e muita paciência, conversava comigo.
Em janeiro de 2004, já tínhamos mudado para uma casa melhor, financiada ainda pela Caixa, contrato de gaveta. Então seu pai faleceu, perdi o contato com o evangelho. Em agosto de 2004, recebi um convite para assistir a uma peça teatral americana chamada “A Casa do Julgamento”, na qual ela trabalhava e o Espírito Santo moveu o meu coração a me entregar a Cristo. Morava perto de uma igreja evangélica, e sempre que passava pela calçada da igreja, via este versículo na parede: “Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” Isaias 55:6. O SENHOR JESUS mudou a minha vida bem longe de tudo, no tempo de Deus. Meu discipulado demorou quase 02 anos. Gostava de tirar todas as minhas dúvidas. Fiquei frequentando esta igreja perto da minha casa. Perguntava ao pastor sobre o divórcio, sobre o segundo casamento e ele me respondia de maneira vaga, sem segurança alguma. Quando tinha encontro de casais na igreja era uma luta. Satanás vibrava. Ele nunca queria ir comigo e as poucas vezes em que foi, ia sem vontade alguma. Um dia, o homem com o qual vivia, me disse que eu tinha que escolher entre ele e a igreja. Falei para ele que já tinha escolhido. Saí de casa e fui assistir a um batismo na igreja. Quantos vezes orei a Deus pedido que ele não cometesse o mesmo pecado de antes, o adultério! Até que, em março de 2008, quando vinha voltando do trabalho, tinha uma tia de Minas na casa da minha amiga. Sempre dava uma passada por lá. Ao chegar, percebi que os meus filhos estavam um pouco assustados. Um homem tinha vindo até a nossa casa dizendo que ia matá-lo porque ele estava tendo um caso com sua esposa. Meu Deus quanta vergonha! Quanta humilhação! Tinha que começar tudo de novo. A única diferença agora era porque era uma serva de Deus e tinha que lutar para manter o “casamento”, mas não poderia aceitar isto. Era apenas o princípio das dores. Quando o pai dos meninos chegou de viagem fui conversar com ele e ele veio com a seguinte proposta: “se você quiser aceitar é deste jeito eu não vou mudar”. Não aceitei e ele saiu do quarto, ficou no quarto do nosso filho, e disse que ia sair de casa. Marcava data. Ia conversar com os meninos, mas quando chegava à data, ele não saia, mas nos torturou até quando pôde. Chegando em casa tarde, meu filho clamava: “mainha, por favor, não briga com meu pai”. Eu buscava o controle do Espírito Santo. Não abria a minha boca para discutir. Meus irmãos em Cristo me ajudaram muito em oração.
Nessa mesma época, nossa igreja estava trocando de pastor e, por mais incrível que pareça, o nome da pastora é o mesmo nome da mulher que ele adulterou, até a escrita é a mesma. Eu perguntava ao meu antigo pastor o que Deus estava querendo me ensinar com isto (me questionava tanto). Ele me respondeu que os propósitos de Deus acontecem independentemente que eu aceite ou não (hoje já entendo o porque de tudo isto,graça a Deus!).
O tempo foi passando e eu continuava a clamar pela salvação do pai dos meninos e pela restauração do meu casamento. Seis meses depois o procurei para saber se realmente não tinha mais volta. Ele me olhou com tanto nojo, me humilhou tanto que era eu falando e pensando está vai ser a última vez que passo por isso. Deus não quer isto para minha vida.
Um dia, navegando pela internet, encontrei o site Famílias para Cristo, sob a liderança do Pastor Fernando César. Certo dia conversando com ele pelo MSN, fiz alguns questionamentos acerca de casamento à luz da Palavra de DEUS. Contei para ele toda a minha situação. Como homem de DEUS, ele não teve medo de me dizer a Verdade, mostrando tudo na Bíblia. O pastor pacientemente explicou que o casamento só é válido para DEUS entre pessoas que nunca tenham se casado antes, ou seja, que casamento em que no mínimo uma das pessoas seja divorciada é adultério, que DEUS não aprova de forma nenhuma o segundo casamento de divorciados. A discussão aumentou. Eu falava assim: “então quer dizer que eu vivi quase 12 anos da minha vida casada no civil, tudo como manda a lei dos homens, e isso não é casamento? Se eu não sou a esposa dele, o que eu sou então?” Ele me respondeu nem medir as palavras: “você é adúltera! Vá à presença de DEUS, peça perdão pelo seu pecado e não o cometa mais”. Pastor Fernando disse que era eu igual à mulher samaritana, que se encontrou com JESUS, que o marido que ela estava não era dela. Meu Deus, lembro-me daquele dia como se fosse hoje! Eu fiquei em lágrimas, meu coração batia mais forte, estava sem chão, tudo que eu acreditava, as minhas dúvidas sendo respondidas de maneira tão direita, clara, como ninguém antes havia me dito. Fiquei também triste em saber que vivi uma ilusão. Desliguei o computador com minha cabeça doendo muito, chorei igual uma criança, pedi perdão a Deus, levei os estudos de pastor Fernando para o meu pastor da minha igreja. Ele concordou com alguns pontos e com outros não. Mas, desde que recebi o verdadeiro aconselhamento, vêm essas palavras em minha mente: “podem se passar muitos anos, mas eu nunca deixarei de ser a esposa dele” (palavras da primeira e única esposa).
Soube que há alguns anos, ela confessou a Cristo como único Salvador da vida dela. Oro para que ainda esteja firme no Senhor, e que ela tenha o casamento restaurado por DEUS. Jesus tem falado ao meu coração, que eu devo encontrá-la e lhe pedir perdão. Espero, com grande alegria, por essa oportunidade. Finalmente, DEUS confirmou ao meu coração de forma clara que aquele “casamento” nunca tinha sido abençoado por ELE. Dia 23 de maio de 2011, saiu o nosso divórcio. Glória a DEUS por isso! O laço do inimigo foi totalmente destruído em minha vida. Sou uma pessoa solteira para DEUS, podendo me casar com qualquer homem cristão solteiro ou viúvo. Hoje, 30 de maio de 2011, estou escrevendo este testemunho de fé, o que nunca havia feito antes, pois vivi 15 anos da minha vida no puro engano e ilusão. Deus se revela de várias formas para ensinar os Seus filhos, usa a pessoa que quer e como quer. Portanto, aprenda rápido, minhas amigas/irmãs: DEUS é contra todo tipo de segundo casamento de divorciados! Continuarei a pregar a palavra que liberta de todo pecado, assim como eu liberta fui, outras pessoas precisam também ser. Estudem mais as Sagradas Escrituras e não aceitem gotas, quando JESUS tem rios de águas vivas para te oferecer. O melhor é servir ao SENHOR! O melhor é obedecê-LO! Hoje ando em santidade. Graças a DEUS!
Obrigada, SENHOR, por usar pessoas como instrumento Teu na minha vida!
Ana Cleide – Ceará.
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