“Farei de ti uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome, e tu serás uma bênção”. Gênesis 12:2
Abraão nasceu na cidade de Ur, Antiga Mesopotâmia, entre a Arábia e a Pérsia, aproximadamente dois mil anos antes de Cristo. No princípio seu nome era Abrão e foi o primeiro patriarca hebreu, ou seja, chefe de uma antiga família do povo hebreu. Viveu numa época em que as pessoas eram selvagens e ignorantes. Seus contemporâneos adoravam muitos deuses pagãos, e acreditavam que estes faziam milagres. Seu pai, Taré, por exemplo, era um comerciante de ídolos e toda sua família era idólatra. Mas o patriarca acreditava na existência de um único e supremo Deus. A Bíblia nada relata sobre sua infância e adolescência. Registra apenas o nome de seus únicos dois irmãos, Naor e Harã; e a morte deste último; além de Ló, seu sobrinho por parte de Harã. Posteriormente aparece o nome de Sarai, estéril, a quem Abrão a toma por mulher.
A vida de Abrão para nós só começa aos 75 anos, portanto, de idade avançada; quando DEUS, através de uma visão, ordena que se separe dos seus parentes para uma chamada de grandes promessas: “(…) Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. Farei de ti uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome, e tu serás uma bênção” (Gênesis 12: 1-2). Além destas, DEUS lhe prometera que do ventre de Sarai nasceria um filho, herdeiro de suas promessas. Quantas promessas extraordinárias recebera Abrão, numa idade em que muitos diriam estar no fim… Mesmo antes de deixar Harã, sua terra, e os seus parentes com Sarai e seu sobrinho Ló, Abrão exortou o seu povo a deixar de servir aos deuses pagãos e a segui-lo na caminhada, adorando o único DEUS vivo. Saiu de Harã, passou por Siquém, Carvalho de More, Betel (onde edificou ali um altar ao Senhor) e o Egito. O patriarca cria em DEUS, mas não na Sua fidelidade plena, razão pela qual encontramos tantos erros ao longo da jornada em busca da terra prometida. O primeiro grande erro de Abrão foi não ter valorizado toda a extensão do que DEUS lhe prometera, quando, ao entrar no Egito, e com medo de o matarem, tramou com sua mulher para que ela se passasse por sua irmã e a ofereceu para que o rei do Egito deitasse com ela. Em outras palavras: Abrão não valorizou nem respeitou o seu casamento. Temos aqui dois grandes erros numa só situação: mentira e adultério. Quantos de nós, em risco de morte, faríamos o mesmo: trocaríamos as promessas de DEUS por planos mentirosos, a fim de obtermos escape? Abrão esquecera que DEUS faria dele uma grande nação e que o abençoaria, e que é Fiel para cumprir tudo o que prometera. Mesmo não tendo crido suficientemente naquilo que DEUS lhe falara, Abrão, após deixar o Egito, recebeu muitas vitórias: quando se separou do sobrinho Ló (pelas muitas riquezas que ambos possuíam. Cada qual agora teria que seguir um caminho diferente); na confirmação da terra prometida e sua descendência; na libertação de Ló (que escolhera armar suas tendas em Sodoma, a qual viria ser destruída pelo pecado); na bênção da ceia com o sacerdote Melquisedeque, quando também deu o dízimo de tudo o que possuía; na sábia resposta ao rei de Sodoma. DEUS provou aqui: a Sua Fidelidade; a Sua Misericórdia e a Sua Soberania. E Suas próximas palavras a Abrão serviram como uma confirmação: “(…) Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo; o teu galardão será muito grande” (Gênesis 15:1). Mesmo após estas palavras de encorajamento, Abrão ainda… …não acreditava na promessa do filho, que nasceria do ventre estéril de sua mulher. Este foi o seu segundo grande erro. Por isso, retrucou ao Senhor: “A mim não me tens dado filhos; de modo que um nascido na minha casa será o meu herdeiro” (Gênesis 15:3). Então, DEUS o levou para uma experiência pessoal com ELE: “Então o levou para fora, e disse: olha agora para o céu e conta as estrelas, se as pode contar. Assim será a sua descendência. Creu Abrão no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça” (Gênesis 15:5-6). Mas parece que a fé de Abrão durou pouco tempo, enquanto esteve apenas sendo testado por DEUS. Logo adiante, Sarai lhe oferece uma serva dela, egípcia, para que ele a engravidasse. Mais uma vez, Abrão prova o pouco valor que dava ao seu casamento. Era da idade de 86 anos quando o seu filho, Ismael, com a egípcia nasceu. Ainda assim, DEUS volta a adverti-lo quanto ao cumprimento de todas promessas que lhe fizera: “Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito. Firmarei a minha aliança entre mim e ti, e te multiplicarei extremamente” (Gênesis 17:1-2). E o sinal dessa aliança seria a circuncisão de todo menino que nascesse. Nas duas vezes em que falou com Abrão depois de seus erros, DEUS expressa seu Espírito de beleza e de piedade, exigindo do patriarca que ele permanecesse firme diante de Sua Santa presença. Erros são comuns em nossa natureza limitada e pecaminosa. Entretanto, DEUS quer que permaneçamos firmes, olhando para ELE: “Necessitais de perseverança para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa” (Hebreus 10:36). A imediata ação de DEUS na vida de Abrão e sua mulher, Sarai, foi de mudar-lhes o nome. Ele passou a se chamar Abraão (pai de muitas nações), e ela, Sara (mãe das nações), com a qual também renovou a promessa do filho. O nome que possuímos é o registro mais importante do nosso caráter. No mundo espiritual significa renovação; novo nascimento, nova vida com DEUS. O PAI, com a mudança do nome, estava mudando também o caráter de ambos. Quando DEUS confirmou a Sara que do seu ventre sairia um descendente, Abraão atingira a idade de 100 anos, e ela, além de estéril, possuíra 90 anos. Por isso, ambos reagiram com ar sarcástico à renovação dessa promessa: “Então caiu Abraão sobre o seu rosto, e riu-se e disse no seu coração: a um homem de cem anos há de nascer um filho? Conceberá Sara com a idade de noventa anos?” (Gênesis 17:17). Abraão achava que DEUS não pudesse ouvir as lamentações do seu coração. Daí tratou logo em respondê-lo: “Na verdade, Sara, tua mulher te dará um filho, e lhe porás o nome de Isaque; com ele estabelecerei a minha aliança, aliança perpétua para a sua descendência depois dele” (Gênesis 17:19). Também tratou de responder a Sara, quando a mesma riu, achando-se velha e incapaz de gerar um filho: “Há acaso, alguma coisa demasiadamente difícil para o Senhor? (…)” (Gênesis 18:14). Depois da tempestade vem a bonança. E a bonança na vida de Abraão e Sara veio com o grande livramento que DEUS proporcionou a eles e a Ló, quando na destruição total das cidades de Sodoma e Gomorra. Adiante, o que poderia ser uma edificação de altar de agradecimento, transformou-se no terceiro grande erro de Abraão: novamente por medo de morrer, mais uma vez mentiu a respeito de Sara e a entregou sexualmente a Abimeleque, rei de Gerar. Abraão não dava mesmo nenhum valor ao seu casamento. Antes, porém, de que o pecado fosse consumado, o Senhor DEUS apareceu em sonhos ao rei e lhe falou toda a verdade. Este parece ter sido o último erro antes de DEUS começar a cumprir as Suas promessas na vida de Abraão e Sara. No tempo determinado, nasceu Isaque. O SENHOR esperou 25 anos para o confronto com o caráter de Abraão. E agora, a quem amas? A DEUS ou às promessas? “Toma o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um dos montes que eu te mostrarei” (Gênesis 22:2). Abraão tratou, dessa vez, diferentemente das outras, de agir imediatamente: “Levantou, pois, Abraão de madrugada, albardou o seu jumento, tomou consigo dois dos seus servos, e a Isaque, seu filho. Tendo cortado lenha para o holocausto, partiu para o lugar que Deus lhe dissera” (Gênesis 22:3). O final dessa história todos sabem: antes de imolar o seu único filho, por obediência a DEUS, o Senhor lhe enviou um anjo que pediu que não fizesse aquilo. E, sem seguida, a confirmação daquelas primeiras promessas feitas ainda na terra de seus pais, Harã: “que deveras te abençoarei, e grandemente multiplicarei a tua descendência, como as estrelas do céu e como a areia que está na praia do mar. A tua descendência tomará posse das cidades dos seus inimigos” (Gênesis 22:17). Abraão morreu aos 175 anos “de boa velhice e cheio de dias” (Gênesis 25:8), e “em tudo o Senhor o abençoou” (Gênesis 24:1).
Finalmente, o que se destaca da história de Abraão? DEUS NÃO MUDA AINDA QUE MUDEMOS EM RELAÇÃO A ELE. DEUS É FIEL AINDA QUE SEJAMOS EXTREMAMENTE INFIÉIS. DEUS É NOSSO ESCUDO E FORTALEZA AINDA QUE QUEIRAMOS CAMINHAR COM NOSSAS PRÓPRIAS FORÇAS. E por ser Fiel a sua palavra se cumpre eternamente: “O CÉU E A TERRA PASSARÃO, MAS AS MINHAS PALAVRAS JAMAIS PASSARÃO” (Mateus 24:35). Amém, Senhor JESUS!
FERNANDO CÉSAR – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça” e “Antes que a Luz do Sol escureça”. Também é líder do Ministério Interdenominacional Recuperando Famílias para Cristo.
Conheçam esse estudo. Eu recomendo, muito bom mesmo!!!