Foi essa a expressão que ouvi do Espírito Santo quando me levou ao centro do Recife, defronte de uma livraria evangélica (Avenida Dantas Barreto, se quiser que eu seja mais preciso), depois de eu ter sido repudiado pela minha esposa e ter me inscrito em dois sites de relacionamento cristão, com a firme e boa intenção de me casar novamente.
Minha mente deu um verdadeiro nó. “Casado???? Eu???”. Como pode um homem, recém-repudiado pela sua esposa, por causa de traição da parte dele, depois de ter se reencontrado com DEUS, ouvir essa interjeição da parte do PAI? No mundo onde as pessoas concebem o divórcio como o fim de um casamento, isso pode parecer loucura, surto psicológico e emocional.
Mas quando ouvi de DEUS que eu continuaria casado, é como se ELE me dissesse em outras Palavras: “Você é meu!”. O mais desesperador para uma pessoa que acabou de ser repudiada pelo cônjuge pode não ser o repúdio em si, mas imaginar que pode passar o resto dos anos de vida (pode ser mais 1, mais 5, mais 10, ou mais 50) sozinha, sem poder se casar de novo aos olhos de DEUS.
Mas qual é o problema, se tiver de passar 5, ou 10, ou 50, ou o resto da vida, sem uma companhia do lado, mas com o SENHOR? Não é melhor tal situação do que uma realidade feliz, satisfeito (a), ao lado de uma pessoa, e ambos perdidos? Não estou afirmando que a primeira opção irá acontecer, mas que a segunda opção é muito provável quando não temos um ouvido sensível para ouvirmos a voz de DEUS e um coração inclinado para obedecer as Suas ordens.
O “Você é meu” de DEUS para mim significou que ELE me tomou completamente para Si, que eu teria uma aliança maior com ELE, muito igual à aliança espiritual do meu casamento com o meu cônjuge.
Assim como um dia eu desisti dessa aliança maior e fui me contaminar com os manjares do inferno e o SENHOR jamais desistira da minha vida, ELE ensina com isso que não devemos nunca desistir da aliança de casamento que ELE, um dia, fora testemunha.
Muito mais que todas essas assertivas verdadeiras, DEUS representa o Seu grande Amor por nós, em não querer e não deixar que nos percamos em caminhos de ilusão e de pecado.
“VOCÊ É CASADO!” bradou o SENHOR ao meu coração e logo minhas estruturas humanas ruíram. Todos os meus projetos pessoais, humanos, meus sonhos, minha lógica humana e “perfeita” sucumbiram ante a voz poderosa e concertante de DEUS na minha vida.
Não foram homens que me falaram isso, mas o próprio Espírito Santo. E logo vieram novas promessas, como aquela de que me tiraria de sala-de-aula e me daria um Ministério de Restauração Familiar, que romperia fronteiras, e um povo para me sustentar.
Naquele tempo, eu até havia reencontrado uma ex-namorada, do Rio de Janeiro, a última que tive antes de me casar, em um dos sites de relacionamento. Ela ainda estava solteira. Eu queria retomar o relacionamento com ela, uma mulher temente a DEUS, piedosa e muito submissa (fiquei a imaginar o quanto o nosso relacionamento poderia render benefícios para a nossa vida e para o Reino de DEUS. Mas o SENHOR não via assim).
Meus olhos naturais já haviam delineado o nosso futuro juntos. Quanta bondade e quanta ignorância ao mesmo tempo! Somente depois de ouvir a voz de DEUS, vivi a lucidez espiritual e tive que abrir mão de tudo. Saí dos sites e passei um tempo refletindo e orando sobre o SER CASADO ATÉ QUE A MORTE SEPARE.
Essa expressão já havia ouvido em filmes e em histórias ficcionais. Os mais antigos também já tinham me falado dela. Mas a verdade mais perfeita e convincente veio da Palavra de DEUS através das palavras do apóstolo Paulo: “A mulher casada está ligada pela lei do casamento todo o tempo que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no SENHOR” (1 Coríntios 7:39).
Como um casamento não é unilateral, mas bilateral, ou seja, um cordão que amarra dois seres de sexo diferente, o que foi dito para a mulher também é verdade para o homem. Assim, eu também passaria a estar ligado a minha esposa até quando ela estivesse viva.
E por que enquanto estiver vivo? Porque quando estamos vivos, respirando, andando conforme a vontade da nossa carne, temos a esperança de sermos encontrados e alcançados pelo Espírito Santo e DELE recebermos a promessa de salvação.
Traduzindo isso para o casamento: a vida a dois, unida em aliança testemunhada por DEUS, reflete a esperança e a possibilidade da ação de DEUS no meio da família. Se há desavença, se há traição, se houver repúdio, DEUS manda o recado para todo o universo das pessoas casadas em primeiro casamento: “VOCÊS CONTINUAM CASADOS PORQUE SOU DEUS TODO PODEROSO PARA RESTAURAR E AJUSTAR O QUE ESTÁ COM APARÊNCIA DE PERDIÇÃO”.
A capacidade infinita, plena, do SENHOR de agir e de transformar tira qualquer possibilidade de desistência dos cônjuges, da anulação do primeiro casamento e de um novo casamento a partir de um divórcio. Quem desistir, ou pensar que o casamento se desfez por conta de um repúdio ou um divórcio, ou achar que tem o direito espiritual de se casar novamente, estará completamente longe da vontade de DEUS.
Quem não deseja esperar para ver a ação plena do Espírito Santo sobre a vida do outro, jamais pode receber a plenitude de DEUS sobre a sua própria vida. Crer na transformação espiritual e moral do outro é crer no próprio estabelecimento moral e espiritual.
Não posso querer DEUS apenas na minha vida e não desejá-LO na vida do meu semelhante, especialmente naquele que mantemos uma aliança até a morte. Por isso, precisamos pacientemente esperar no SENHOR.
A doutrina do segundo casamento de pessoa divorciada é diabólica e não encontra respaldo no coração de DEUS. JESUS afirmou que “QUALQUER QUE DEIXA A SUA MULHER, E CASA COM OUTRA, ADULTERA; E AQUELE QUE CASA COM A REPUDIADA PELO MARIDO, ADULTERA TAMBÉM” (Lucas 16:18). Essas mesmas Palavras foram confirmadas pelo Apóstolo da Graça na Carta aos Romanos 7:2-3.
Paulo também escreveu que “por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido” (1 Coríntios 7:2).
É óbvio, conhecendo a exegese do pensamento de DEUS, que a própria mulher e o próprio marido do texto se referem à primeira esposa e ao primeiro marido, considerando o casamento de quando ambos eram solteiros e deixaram a casa do pai e da mãe, o casamento de DEUS.
Foi muito difícil para mim, na época, assimilar toda essa Verdade bíblica. Assim como é difícil para todos que sofreram com a dor do repúdio e da traição no primeiro casamento e hoje já se encontram mergulhados em um relacionamento feliz, mas degradante espiritualmente.
Os conselhos de DEUS não mudam por causa de nossa condição emocional ou psicológica. Dizer que o divórcio não é de DEUS, mas que ELE o apoia em alguns casos, é o mesmo que afirmar, por exemplo, que ELE nos dará carta de divórcio, se pecarmos, se cairmos, se transgredirmos algum dos Seus Mandamentos; e nunca mais encontraremos lugar em Seu coração, o que não é verdade.
Em Jeremias, capítulo 3, os judeus questionam, através de suas leis, se um homem infiel poderia voltar para a sua mulher, que o deixou e foi se relacionar com outros homens: “Eles dizem: Se um homem despedir sua mulher, e ela o deixar, e se juntar a outro homem, porventura tornará ele outra vez para ela? Não se poluirá de todo aquela terra?”. Mas, imediatamente, o SENHOR responde a eles: “Ora, tu te prostituíste com muitos amantes; mas ainda assim, torna para mim, diz o SENHOR” (versículo 1) (grifo meu). Em Isaías 50, o SENHOR pergunta: “Onde está o libelo de repúdio com que repudiei Jerusalém, vossa mãe?” (versículo 1). “Quando andar em trevas e não tiver nenhuma luz, confie no nome do SENHOR e firme-se sobre o seu Deus” (versículo 10).
Ressalvas, restrições, objeções, exceções, como alguns querem interpretar em Mateus 5:32 e 19:9, para uma atitude pecaminosa não são do SENHOR. Quando ELE diz que odeia o repúdio em Malaquias 2:16, DEUS não coloca exceções alguma para que o pecado seja aceito por ELE em algumas situações.
Assim como nós fomos resgatados do mundo pelo Seu AMOR e ELE não nos quer em Seu Reino Santo com coisas velhas em nós: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que TUDO se fez novo” (2 Coríntios 5:17) (grifo meu).
Quando o Espírito Santo falou de forma clara e audível comigo naquela tarde, em Recife, afirmando que eu não poderia me casar outra vez porque eu já era casado, embora estivesse repudiado, ELE me fez crer nas Palavras do apóstolo Paulo: “Todavia, aos casados, mando, não eu, mas o SENHOR, que a mulher não se aparte do marido. Se, porém, ocorrer a separação, que fique sem casar…” (1 Coríntios 7:10-11).
Se ele introduziu o texto, dirigindo-se aos casados e logo em seguida afirma que em caso de se separação não poderem casar, qualquer um deduz que é se casar outra vez, visto que o apóstolo já os considerou casado no princípio.
Eu não posso me casar mais com o mundo nem com alguma mulher estranha porque já sou aliançado com CRISTO. Se eu decidir abandonar essa aliança com o SENHOR, como outrora já fiz, ELE ainda assim não irá me abandonar, como nunca fez, até que eu me arrependa e volte para os Seus braços.
Os braços da esposa têm apenas um dono: o primeiro marido. Os braços do marido têm apenas uma dona: a primeira esposa. Arrependam-se, perdoem um ao outro e se reconciliem urgentemente com o SENHOR, pois ELE os espera de braços abertos.
DEUS nos abençoe!
FERNANDO CÉSAR – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça”; “Antes que a Luz do Sol escureça” e da coleção “Destrua o divórcio antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua o adultério antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua a insubmissão antes que ela destrua seu casamento”. Também é pastor e líder do Ministério Restaurando Famílias para Cristo.
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