Chamo a atenção da igreja de JESUS para um ponto o qual considero essencial para o crescimento espiritual: o acompanhamento pastoral diário.
Infelizmente é algo quase impossível de se encontrar por parte das lideranças que vivem presas a templos religiosos. A vida com JESUS, hoje, resume-se simplesmente a sair de casa, ir ao templo, assistir passivamente a um culto e depois regressar ao lar.
Quando muito, algumas pessoas chegam até a desenvolver trabalhos ministeriais isolados. Porém, quase não se vê relacionamento profundo, íntimo, espiritual, entre lideranças e frequentadores de forma individual.
Ou porque desconhecem a importância dessa pedagogia espiritual ou porque, devido à quantidade de pessoas no templo, tal atividade se torna quase impossível de se praticar individualmente. E, dessa forma, as pessoas continuam caminhando com as próprias pernas, vivendo uma vida miseravelmente santa, definhando espiritualmente cada vez mais.
Quando despertam para a realidade, já estão inseridas em um antro muito profundo de ignorância e alienação religiosa que as tornam impotentes demais ante a situações desagradáveis.
Um claro exemplo disso são os recorrentes problemas familiares que acontecem dentro dos templos. Ouvi um pastor afirmar que os problemas chegam tarde demais ao conhecimento dos pastores no geral; que quando eles tomam ciência do problema, os casais geralmente já estão separados ou divorciados; e, nessa situação, já não há quase o que ser feito no sentido de restauração.
Como não veem nenhuma esperança, o caminho mais simples é confortar o coração dos desolados, atentando-os para a necessidade de recomeçarem a vida ao lado de outras pessoas. Na verdade, eles terminam transferindo a culpa, que na maior parte é deles, para os casais, que não foram doutrinados nem motivados a se sujeitarem.
Quando a comunidade cristã não vive como família, com disciplina, sujeição, doutrina e acompanhamento, os tumores começam a se alastrar rapidamente no corpo da igreja.
Não é exagero algum afirmar que os tumores espirituais estão escondidos por trás de construções formosas e suntuosas. A igreja de hoje se assemelha muito mais a atividade de uma minhoca do que de uma águia. A minhoca se ocupa das coisas da terra, fazendo suas escavações, procurando onde se esconder e se apoiar.
A águia toma a direção do céu, crescente, mirando-se firmemente em um foco maior. E isso porque se tem lideranças altamente despreparadas no quesito “aconselhamento espiritual”. Além de não acompanharem ninguém cotidianamente, quando são convidadas a aparecerem como conselheiras, deixam entrever todo o despreparo bíblico, espiritual.
A vida resumida a templos causa essas enormes deformações e transtornos futuros, tanto de um lado como de outro.
Enquanto uma pessoa religiosa, frequentadora de templo, não vê alguma de suas estruturas abaladas, comprometidas, continuará a viver em comodidade espiritual absoluta. Ela só conhecerá a real natureza das pessoas que a cercam, quando os seus alicerces começarem a ruir e o Espírito Santo a levar para um deserto com propósitos.
DEUS falará para ela que está dentro dela, que é Todo Poderoso e que nada é impossível para ELE. Impregnada dessa palavra, procurará então o pastor do templo em que frequenta há anos.
Contará toda a situação em detalhes. O pastor se surpreenderá. Afinal, ele não sabia que aquela família estava naquela realidade desmoronada. A depender do que é narrado, o pastor dará a ela um direcionamento diferente.
Por exemplo: se o marido já saiu de casa, já estiver morando com outra mulher, a sua esposa será orientada a buscar o divórcio e a recomeçar a sua vida sentimental com outro homem, que DEUS tem para ela. Se o marido ainda não a repudiou, pede que tenha mais um pouco de paciência.
Parece que o ato de repúdio é o limite da paciência desses pastores. Quem se guia pelo que vê ou ouve é uma pessoa puramente carnal, sem respaldo bíblico algum.
É certo que a esposa repudiada, depois de ter ouvido a voz de DEUS e do seu pastor, sairá daquele gabinete pastoral frustrada. Pior: quase todos os seus irmãos do templo concordarão com os conselhos do pastor, em detrimento àquilo que o SENHOR DOS EXÉRCITOS disse.
Como uma formiguinha vai sobreviver em meio a uma casa de minhocas? Se permanecer, vai terminar morrendo espiritualmente e seguindo caminhos errados.
Primeiramente, o pastor tem que ser espiritual, homem com visão do Reino. Ele tem que querer e se preocupar com a salvação de todos indistintamente. Segundo, ele tem que conhecer cada uma de suas ovelhas no íntimo e acompanhá-las diariamente. Esse acompanhamento requer conversa, orientações e, principalmente, muita doutrina.
O padrão do Reino de DEUS aqui na terra exige autoridade ungida, cobertura espiritual e submissão da parte daqueles que o acompanham. Quem se fecha a uma vida entre quatro paredes apenas jamais alcançará êxito em uma jornada no deserto.
Eu pergunto: como um jovem cristão se libertará, por exemplo, de um vício carnal como a masturbação? Apenas indo a cultos nos templos? Sem submissão e abertura íntima a sua autoridade, a sua vida espiritual será sempre uma gangorra: ora estará em cima e quase sempre embaixo, parada, estacionada.
Como uma jovem mulher se verá livre do problema que a cerca em manter relação sexual ilícita com outros homens? Como um marido vai aprender a amar a sua esposa como CRISTO amou a Sua igreja? Como uma esposa aprenderá a plenitude da submissão bíblica? Como filhos obedecerão aos pais, se estes não obedecem a ninguém? Apenas com teorias? Decerto que não. O exemplo tem que vir de cima.
É preciso haver uma referência de autoridade, respeito a ela e acompanhamento diário. DEUS honra os que obedecem e se submetem àqueles que ELE ungiu e constituiu aqui na terra.
O apóstolo Paulo fora o maior exemplo da igreja cristã primitiva, depois de Nosso Senhor e Salvador JESUS CRISTO. Ele exortava para que todos os irmãos o imitassem como ele era imitador de DEUS. Observemos atentamente o que ele escreveu à igreja em Corinto:
“Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo. E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim, e retendes os preceitos como vo-los entreguei” (1 Coríntios 11:1-2), para logo em seguida lembrar a questão da hierarquia estabelecida por DEUS: “Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo” (versículo 3).
Paulo, como líder responsável pela doutrinação da igreja deu o exemplo de obediência e submissão a JESUS:
“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (Gálatas 2:20). Observando em Paulo a sujeição a CRISTO, a igreja procurava se submeter a ele: “De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor” (Filipenses 2:12).
O ideal da igreja do SENHOR é não fazer mais o que acha que é certo ou o que quer, sem a mínima obediência e sujeição a um guia, pastor, constituído por DEUS. Crescimento espiritual vem dos relacionamentos cristãos, do se abrir, do chorar, do se expor sem vergonha e sem medo de ser apedrejado por aquilo que fez de errado.
É como bem escreveu o profeta Isaías: “Um ao outro ajudou e ao seu irmão disse: Esforça-te” (Isaías 41:6). Sozinhos nunca atingiremos a condição de águias, mas nos tornaremos sempre minhocas, carnais, rebeldes e desobedientes, iludidos de que um dia chegaremos no Céu.
Que o Espírito Santo te convença dessa Verdade e transforme o seu ser!
FERNANDO CÉSAR – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça”; “Antes que a Luz do Sol escureça” e da coleção “Destrua o divórcio antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua o adultério antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua a insubmissão antes que ela destrua seu casamento”. Também é pastor e líder do Ministério Restaurando Famílias para Cristo.
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