Se formos parar para pensar, a doutrina de JESUS e dos apóstolos para a igreja (pessoas) é muito clara, objetiva, direta, sem a necessidade de interpretações humanas, profundidade filosófica ou teologismos.
Mas desde o tempo de JESUS, os fariseus viveram a questioná-LO, preparando-O armadilhas teológicas, duvidando, sobrepondo perguntas, com a mera finalidade de tentar desfazer o que fora dito com muita clareza. E até os dias atuais esse costume maligno tem se mantido no meio dos que se dizem cristãos dentro dos templos religiosos.
Senão, vejamos: Há palavra mais clara e direta do que aquela dita por JESUS aos fariseus: “Portanto, o que DEUS ajuntou não o separe o homem” (Mateus 19:6)? Os fariseus de ontem, ao invés de se contentarem e aceitarem de imediato essa Verdade direta, dita por JESUS, foram mais uma vez questioná-LO: “Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la?” (Mateus 19:7). Os fariseus de hoje, mascarados de cristãos, fazem outros tipos de questionamento a JESUS: “Que casamento DEUS uniu?”; ou: “Será que o meu casamento foi DEUS quem uniu?”. E, ao chegarem às suas próprias conclusões de que os seus casamentos não foram unidos e testemunhados por DEUS, buscam novos caminhos, ignorando a doutrina maior do Nosso SENHOR.
Outro texto bíblico muito conhecido, motivo de profunda controvérsia entre os que se dizem cristãos, é Mateus 19:9. Já escrevi muito sobre ele, mas penso que ainda há algo importante a acrescentar. A depender da versão bíblica, diferentes palavras aparecerão na suposta cláusula de exceção: “não sendo por causa de FORNICAÇÃO” (a tradução correta); “não sendo por causa de prostituição” (questionável); “não sendo por causa de relações sexuais ilícitas” (questionável); “não sendo por causa de imoralidade” (muito questionável); “não sendo por causa de adultério” (totalmente inaceitável).
Estive conversando com um professor, doutor em Língua Grega, de uma Universidade Federal, sobre o referido texto bíblico. Antes de qualquer coisa, é preciso dizer que o referido professor não professa nem a fé católica, nem a protestante; mas, mesmo assim, se dispôs a analisar o referido versículo para mim isento de dogmas religiosos A ou B.
Há uma diferença entre o Grego Clássico, o mesmo que foi escrito o referido versículo, e o Grego Moderno. A grande dúvida dos teólogos está no campo de significados da palavra grega presente na suposta cláusula de exceção: PORNÉIA.
O professor me afirmou e reafirmou, por diversas vezes, que PORNÉIA, na referida passagem, só pode exprimir FORNICAÇÃO, um tipo específico de prostituição, de relação sexual ilícita; não podendo, por exemplo, exprimir o significado de COMETER ADULTÉRIO, visto que o vocabulário grego antigo trazia um significado específico para essa determinada expressão: MOICHÉIA.
Como as línguas não fazem parte de realidades estáticas, mas estão em contínua evolução; com o tempo, PORNÉIA ganhou um sentido mais amplo, recebendo, em alguns contextos, o significado de adultério. Foi o que, certamente, aconteceu com o referido e polêmico (para a maioria dos teólogos) versículo do Evangelho de Mateus.
Hoje, estuda-se o significado, não baseando-se no Grego clássico (o tempo em que foi escrito o texto), mas no significado que o termo tem no Grego moderno, criando uma enorme e desnecessária confusão.
O que acontece? Toda PORNÉIA é prostituição, mas nem toda prostituição (no sentido sexual) é uma PORNÉIA. O termo PROSTITUIÇÃO assim como a expressão RELAÇÕES SEXUAIS ILÍCITAS são abrangentes, fazem parte de um campo semântico amplo e podem ser considerados sinônimos.
Podemos dizer que toda PROSTITUIÇÃO é uma relação sexual ilícita (porque está fora do projeto estabelecido por DEUS) e que toda RELAÇÃO SEXUAL ILÍCITA é prostituição.
Mas quando queremos nos referir a um tipo de prostituição específica (por exemplo, sexo antes do casamento – PORNÉIA), não podemos pensar em hipótese alguma em adultério (que é uma outra modalidade de prostituição – aquela que se comete quando se é casado). Daí a existência das duas palavras gregas no mesmo versículo de Mateus 19:9.
O que JESUS disse segundo o que está na Bíblia? Ele estava debatendo com judeus, praticantes da Lei antiga, sobre o tema casamento. Mesmo para eles, JESUS trouxe a doutrina de DEUS de que um casais não devem se separar; e que, “qualquer um que repudiar sua mulher, não sendo por causa de ela ter fornicado antes do casamento, e casar com outra mulher, cometerá adultério”.
Para a Lei antiga, um casamento judeu só era confirmado pelo sacerdote, se fosse comprovada a virgindade da mulher, que era oferecida pelo pai em casamento a um judeu (muitas vezes desconhecido dela), na primeira noite de núpcias através do lençol branco, que se sujaria de sangue (uma comprovação de que ela era virgem, ou seja, não tinha fornicado antes com ninguém). Caso contrário, o judeu, pela sua Lei, poderia, se quisesse, repudiá-la e, assim, se casar com uma outra mulher. Repito: essa era uma legislação específica para os judeus, nada tendo a ver para a igreja cristã.
Por isso, é um tremendo absurdo uma liderança protestante usar o referido texto de Mateus 19:9 para orientar pessoas separadas e divorciadas do seu primeiro casamento, especialmente, traduzindo PORNÉIA por adultério.
Quando se quer conhecer a doutrina de DEUS sobre o assunto, basta procurar textos claros, diretos, que não necessitam de uma compreensão contextual, histórica ou de conhecimento da língua mãe. Por exemplo, Marcos 10:11-12: “Qualquer que deixar a sua mulher e casar com outra, adultera. E, se a mulher deixar a seu marido e casar com outro, adultera”; ou Lucas 16:18: “Qualquer que deixa sua mulher, e casa com outra, adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo marido, adultera também”.
Esses são textos tão claros e genuínos que até quem não tem escolaridade alguma compreende com facilidade (Já vivi essa experiência com pessoas sem nenhum letramento. Li os versículos claros e pedi uma compreensão delas. Todas compreenderam sem dificuldade. Disseram-me que quem se casa pela segunda vez se torna adúltero).
O apóstolo Paulo também escreveu sobre o valor do primeiro casamento e o mal do adultério (segundo casamento oriundo de um repúdio familiar, quando os cônjuges ainda estão vivos): “Porque a mulher, que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido. De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre estará da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido” (Romanos 7:2-3).
E se essas palavras inspiradas pelo Espírito Santo não lhe forem suficientemente claras, procure ler então 1 Coríntios 7:39: “A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor”.
Palavras, mais uma vez, claríssimas, que as escritas nos Evangelhos não podem se opor jamais a elas, porque o pensamento de DEUS é um só e imutável.
Mas os sábios, em suas carnalidades, os judeus do nosso tempo, insistem em fazer uma perguntinha a mais, em colocar uma dúvida, um porquê desnecessário e improdutivo, para fazerem tudo diferente do que JESUS deseja.
A sã doutrina ainda afirma de forma clara que “O ALTÍSSIMO NÃO HABITA EM TEMPLOS FEITOS POR MÃOS HUMANAS” (Atos 7:48 e 17:24) (Quem estuda a doutrina de templos, a origem desse costume de adorar a DEUS dentro de um templo, fica horrorizado e abandona essa prática pagã imediatamente). Mas os religiosos atuais insistem em colocar uma venda nos olhos para essa Verdade e fazerem inúmeras assertivas descontextuais para desconstruir algo que foi dito com tanta clareza e objetividade, com a finalidade de atrair pessoas e prometer-lhes o céu.
A verdade é que, no tempo da Graça, DEUS NÃO HABITA EM TEMPLO ALGUM ERGUIDO POR HOMENS, mas os fariseus atuais insistem em perguntar: “Mas Jesus não frequentou templo?”; “No Antigo Testamento, o Templo de Salomão não era chamado de Casa de DEUS?”; “No livro aos Hebreus não diz que não é para deixarmos de congregar?”, e outras mais. Mas, Graças a DEUS, que existe um povo, no mundo, sensível a Sua voz, que recebeu a clareza de Suas palavras com sinceridade, sem barreiras, e que deixou de frequentar templos religiosos há muito tempo, por obediência a Sua Palavra.
Louvado seja o SENHOR! Curiosamente é um povo que não aceita, em hipótese alguma, o recasamento de pessoa divorciada; e que prefere esperar, posicionar-se corretamente, ser santo; a se precipitar e colher frutos amargos no amanhã.
Mas, o outro povo, que se diz de DEUS, prefere ignorar o que o Espírito Santo diz com clareza e viver no meio dos fariseus do nosso tempo, que tentam criar atalhos na Palavra para agradar as pessoas que vão devolver seus dízimos para eles.
Você pode até afirmar que não encontra forças para viver a sã doutrina. Porém desvirtuá-la, tentar colocar outro fundamento nela, já se traduz em espírito rebelde e herege.
Quem admite a Verdade do jeito que ela é, ainda que não a esteja vivendo (porque está fraco, por exemplo), logo, logo, será fortalecido pelo SENHOR e encontrará consolo.
Mas aquele que distorce a Verdade e a vive de maneira distorcida, acreditando que é certo, jamais encontrará a misericórdia do SENHOR; assim como os antigos judeus; e morrerá condenado pela dureza que esteve em seu coração.
Se DEUS nos mostra algo de forma clara e direta, basta que aceitemos e vivamos, sem barreiras nem objeção alguma.
Que o Espírito Santo abra os seus olhos e te leve a viver a Verdade clara e absoluta!
No Amor de DEUS,
FERNANDO CÉSAR – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça”; “Antes que a Luz do Sol escureça” e da coleção “Destrua o divórcio antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua o adultério antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua a insubmissão antes que ela destrua seu casamento”. Também é pastor e líder do Ministério Restaurando Famílias para Cristo.
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