Em meio a tantas religiões, tantos templos denominacionais espalhados pelo mundo, tantos líderes, tantos que se dizem cristãos, ainda assim a seara agoniza, geme de dor, pela falta irrestrita de trabalhadores que paguem o preço por ela. Onde estão, afinal, os ceifeiros do Reino de DEUS?
Essa é a pergunta que fazemos, querendo não acreditar que eles não mais existem, ou que se trancaram em seus mundos particulares, surreais dos templos denominacionais, e se esqueceram de olhar para a imagem real que está a sua volta, que definha e que morre ante as lentes omissas e ocultas dos religiosos.
Estão ocupadíssimos, com suas agendas lotadas, suas burocracias, suas preocupações voltadas apenas para a arrecadação mensal ou a qualidade do hotel onde ficarão hospedados. Clama a minha alma e a alma de todo aquele que um dia deseja ver o Céu povoado de santos e fiéis: Até quando, meu DEUS?
“E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o Evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. E, VENDO AS MULTIDÕES, TEVE GRANDE COMPAIXÃO DELAS, porque andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor. Então, disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai, pois ao Senhor da seara, que mande ceifeiros para a sua seara” (Mateus 9:35-38).
No texto acima, vimos a mobilidade ministerial do SENHOR JESUS. ELE não pertencia a nenhuma sinagoga fixa, não defendia nenhuma bandeira denominacional, mas era itinerante, percorrendo todas as cidades e aldeias da época.
Depois que ELE também ia às sinagogas para falar DELE mesmo e dos propósitos de DEUS para a vida dos ouvintes, ordenando-os que se arrependessem dos pecados cometidos e se convertessem da vida que levavam. Por fim, curava todas as doenças e moléstias no meio do povo, nas ruas, onde quer que fosse. O SENHOR NÃO FAZIA ACEPÇÃO DE PESSOAS QUANDO O OBJETIVO ERA RESGATÁ-LAS. Mas uma coisa deve nos chamar a atenção: JESUS ENXERGAVA ESSAS MULTIDÕES CANSADAS, ABATIDAS E SOBRECARREGADAS E TINHA COMPAIXÃO DELAS.
Eram pessoas excluídas em seu tempo, condenadas pelos olhares religiosos da época, perdidas, sem direção e sem liderança, como ovelhas que não tinham pastor. JESUS comentou com os que LHE acompanhavam, em diversas oportunidades, que as terras da seara já estavam brancas, que eram propícias para a colheita, mas que, para isso, eram necessários trabalhadores para executar o serviço:
“(…) A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra. Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que eu vos digo: LEVANTAI OS VOSSOS OLHOS, E VEDE AS TERRAS, QUE JÁ ESTÃO BRANCAS PARA A CEIFA. E o que ceifa recebe galardão, e ajunta fruto para a vida eterna; para que, assim o que semeia como o que ceifa, ambos se regozijem. Porque nisto é verdadeiro o ditado: um é o que semeia, e outro o que ceifa. Eu vos enviei a ceifar onde não trabalhastes; outros trabalharam e vós entrastes no seu trabalho” (João 4:34-38).
O nosso único interesse nesta terra deveria ser o único interesse do SENHOR JESUS: COLHER VIDAS PARA O REINO DE DEUS; enxergar nelas a esperança de redenção e de restauração, ainda que estejam perdidas nas ruas, nos interiores, no leito de um hospital e nos presídios. Quem ama DEUS ocupa-se em ajuntar trigos para o Seu Reino.
Diante das palavras do SENHOR JESUS, cabem as seguintes perguntas para os que se dizem Seus discípulos hoje:
Onde estão os homens e mulheres de oração do nosso século? Onde estão aqueles apaixonados pelo IDE? Onde estão os pescadores de almas, que se compadecem delas e indicam a QUEM devem procurar? Onde estão os operários do Reino de DEUS? Onde estão os corações misericordiosos?
A verdade é que os que se dizem cristãos, em nosso século, têm aversão à ideia da dor, do sofrimento, da renúncia, da cruz diária, da tristeza e das privações, ainda que tudo isso aconteça por amor ao Reino do SENHOR. É por isso que preferem se manter distantes da missão que os levarão ao campo, à seara, às terras mais longínquas para o resgate dos perdidos.
A quantidade de líderes e cantores que surgem é profundamente desproporcional à quantidade de pessoas disponíveis para fazer o trabalho de missão pelo mundo. Os primeiros são muito maiores em números que os do segundo grupo.
É menos sofrível pregar e cantar nos púlpitos sofisticados, sob aplausos e holofotes, a sair por aí pelos arredores mais sombrios, vivendo a possibilidade de escassez e privações, muitas vezes sem mesmo ter onde reclinar a cabeça, mas com o firme propósito no coração de resgatar os perdidos.
Por isso, também, escolhem o caminho mais curto, mais deleitoso, sem cruz e sem renúncia, ao aconselharem uma alma desesperada, mas que já fora instruída com a Verdade pelo Espírito Santo: “Esqueça essa sua realidade sofrida. Desista de quem te faz sofrer! DEUS tem outra pessoa melhor para a sua vida”.
E a mente, que recebe uma informação assim, entra em ebulição quando antes buscou conhecer a vontade de DEUS e fora ministrado pelo Espírito Santo.
É mais fácil e até cômodo demais demonstrar amor por aqueles que estão ali agrupados dentro de um templo, saciados, robustecidos, com suas marcas e seus padrões insuperáveis, do que amar e guerrear por um perdido, um desgraçado, um miserável, pobre e nu, que está a cada dia mais aprisionado pelo pecado e caminhando para o inferno.
Anestesiados pela amnésia que os deixa alienados, esses religiosos se esquecem da sublime e precípua lição deixada pelo SENHOR JESUS de que ELE veio exatamente a este mundo para salvar aqueles que se encontram perdidos:
“Vedes, não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre veem a face de meu Pai que está nos céus. PORQUE O FILHO DO HOMEM VEIO SALVAR O QUE SE TINHA PERDIDO. Que vos parece? Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma delas se desgarrar, não irá aos montes, deixando as noventa e nove, em busca da que se desgarrou? E, se porventura achá-la, em verdade vos digo que maior prazer tem por aquela do que pelas noventa e nove que não se desgarraram. Assim também não é vontade de vosso Pai, que está nos céus, que nenhum destes pequeninos se perca” (Mateus 18:10-14).
Hoje, o prazer dos homens se restringe à alegria daqueles que estão ao seu redor.
Por que não lutar para restaurar os casamentos lícitos aos olhos de DEUS, em que um dos cônjuges tem essa santa vontade e o outro se encontra perdido? Seriam esses maridos e esposas, escravizados no adultério, piores, aos olhos de DEUS, por exemplo, do que aqueles que se encontram perambulando sem vida pelo mundo?
Por que muitas lideranças sentem o desejo de resgatar travestis e prostitutas e não também esposas e maridos perdidos nas camas do adultério? Por que não olhar com o mesmo olhar de misericórdia com que se olha para as casas de prostituição, para os lares e os casamentos lícitos e destruídos?
Por que não pagar o preço por almas perdidas, independentemente de quem sejam? Por que escolher o público para falar do Amor e dos propósitos de DEUS? Foi esse o exemplo que o SENHOR JESUS nos deixou quando esteve neste mundo?
Creio, então, que é chegada a hora de fecharem as portas dos templos e irem atrás dos trigos que estão morrendo pelos campos. É tempo de trocarem o interesse da reforma desses lugares e da compra dos instrumentos musicais e outras vaidades pelo jejum, pela vida de oração e pelo Amor por aqueles que estão perecendo.
SER RESGATADOR DE ALMAS PERDIDAS não é uma missão específica de missionários ordenados, mas de todos nós. Esse é o maior prazer do verdadeiro evangelista, pastor, que ama a DEUS sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
É para esse tipo de pessoa, o ceifeiro legítimo, a quem JESUS se referiu quando questionou sobre o trabalho da ceifa. DESPERTEMOS PARA A NOSSA MISSÃO ENQUANTO HÁ TEMPO!
No Amor de DEUS,
FERNANDO CÉSAR – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça”; “Antes que a Luz do Sol escureça” e da coleção “Destrua o divórcio antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua o adultério antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua a insubmissão antes que ela destrua seu casamento”. Também é pastor e líder do Ministério Restaurando Famílias para Cristo.
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