As redes sociais estão aí para declarar os diversos tipos de relacionamentos. Todo dia surge um tipo diferente. E nós, que não temos nada a ver com a vida de ninguém, ficamos sabendo, quase sem querer, as novidades amorosas.
Recentemente chegou até mim a informação de que um amigo de longas datas se casou novamente. Mal o sino da capela ressoou a batida fúnebre anunciando os 4 meses da morte da sua amada esposa (com quem fora casado por longos 20 anos), e lá está ele anunciando um novo amor na Internet.
Há 6 meses, poucos antes de ela morrer, assisti-o se declarando para ela; declarações estas que ainda estão por lá para arrepiar o mais cético defunto.
O que me surpreendeu não foi o fato de o amigo ter se casado novamente (e nem sei se isso de fato aconteceu, pois, o mundo apregoa que “casado é aquele que bem vive”). Afinal, a natureza o tornou viúvo da primeira esposa e, segundo a Bíblia Sagrada, esse é o único estado em que uma pessoa pode se casar novamente.
Nas Sagradas Escrituras, a viuvez é doutrinariamente permitida, mas com uma ressalva importante: desde que ambos sejam convertidos ao SENHOR. Desde os tempos remotos, sabia-se que o casamento não era um mar de rosas para ninguém, e que o mesmo criara um vínculo indissolúvel até a morte.
Mesmo assim, no alto de sua lucidez espiritual, o apóstolo Paulo aconselhou aos viúvos da igreja que, preferencialmente, optassem por viver sozinhos, assim como ele. Portanto, quem quiser se casar de novo, fará bem. Mas, escolhendo viver sozinho, fará melhor opção.
A viuvez recolhe os lençóis suados da cama, esvazia os guarda-roupas, muda totalmente o aspecto da casa e, em alguns casos, a aparência do viúvo; e só restam as boas lembranças.
Quando muito um porta-retrato com a foto do casal empoeirado no canto mais esquecido da estante. Imagine isso tudo em apenas 4 meses de luto.
Minha senhora mãe, hoje no auge dos seus 75 anos, ficou viúva do meu pai com apenas 31 anos. Ambos tinham a mesma idade e só se aliançaram por bons 7 anos. Certo dia, alguém perguntou porque ela não se casara novamente, visto que, à época, ficara viúva e muito jovem.
Ela não hesitou em responder: “só se ama verdadeiramente uma vez na vida. Eu amei muito meu marido. DEUS o levou e, a partir desse instante, não quis me casar com ninguém”. Alegou também que não quis dar um padrasto aos filhos pequenos (com medo de o mesmo maltratá-los) e, por isso, preferiu criá-los sozinha.
Coisas de mãe antiga… Seu Adrobaldo, um senhor que conheci numa bienal de livros, ficara viúvo há exato 3 meses, depois de 60 anos casado com a sua companheira. Ele carregava um olhar profundamente triste, talvez por ainda não aceitar a morte da sua amada.
Mal conseguia falar. Foi um dos filhos que o convenceu a sair de casa, temendo que ele pudesse literalmente morrer de saudade do seu grande amor. Disseram-me que o bom idoso, todas as noites, antes de dormir, conversava com o travesseiro vazio ao lado como se ela ainda estivesse ali.
Uma semana após aquele fatídico encontro, soube da morte de seu Adrobaldo. A morte para ele se tornara uma ambição irresistível porque iria levá-lo para junto da sua amada.
Num mundo altamente divorcista, onde os casais, por quase nada, estão desistindo uns dos outros; onde o amor só se lê nos livros de poesia dos românticos; onde o casamento virou apenas um jogo de interesses, um contrato, não devemos nos surpreender com pessoas que jogam declarações de amor aos ventos e logo estão envolvidas com outras.
Este é o mundo do antiamor ou do desamor, como queiram. É a mais profunda negação à essência de DEUS; o caos da espiritualidade; a reinterpretação mais fiel dos moradores de Sodoma e Gomorra. No tempo em que mais se propagam os relacionamentos líquidos, o amor virou um artigo de antiquário.
O luto pela perda de um grande e verdadeiro amor é terrivelmente dolorido e pode durar uma vida inteira. DEUS, nesse final de tempo, tem chamado para si também viúvos, espalhados pelo mundo, num intervalo pequeno de um para o outro.
Pessoas que passaram 50, 60 anos casadas, que se amaram, se respeitaram e deixaram o exemplo para os descendentes. Uma maneira de amenizar a dor e o sofrimento e também de fechar com chave de outro aquele amor.
Quem não respeitou o casamento, enquanto ele existiu, dificilmente vai respeitar o tempo da cicatrização do sentimento e de uma história. Logo, estarão nas redes sociais postando fotos abraçados e com status de novo casamento.
Meu amigo fez isso em apenas 4 meses na maior desfaçatez que se tem notícia. Mas há outros que só esperam o tempo de fechar o caixão do cônjuge… Infelizmente!
Pr. Fernando César – É líder do Ministério Restaurando Famílias para CRISTO, escritor, palestrante, um dos principais antidivorcistas do Brasil e defensor das famílias e dos casamentos lícitos aos olhos de DEUS.
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