É curioso como, para muitos que se dizem cristãos, o rigor da sã doutrina serve apenas para o seu próximo. Quando é para ser aplicada em si mesmo, ela é totalmente descartada ou bastante simples e relativa.
Um bom exemplo disso se refere à doutrina bíblica do perdão. Alguns frequentadores de templos protestantes pensam mal, falam mal de irmãos, propagam acusação e fofocas nos quatro cantos do mundo. Para essas pessoas, bastam pedir perdão a DEUS; e tudo estará quite com o Reino do Céu.
Agora, quando se trata, por exemplo, do perdão do seu cônjuge, que vive pelo mundo entregue ao pecado do adultério, esses mesmos “cristãos” defendem que tais maridos ou esposas precisam se arrepender e restaurar o convívio conjugal com eles.
Ora, na Palavra de DEUS, o que serve para o outro deve ser igualmente aplicado na minha vida, no mesmo peso, na mesma medida e na mesma proporção. Não pode haver doutrina mais dócil, suave, para mim; e outra dura, rigorosa, para o próximo.
O perdão exige a tarefa árdua, porém gloriosa, da reconciliação, tanto para mim, quanto para o meu próximo. Se fiz algum mal contra alguém, o Espírito Santo me impulsiona a procurar esse alguém, pedir perdão e restaurar a nossa comunhão.
Essa história de pedir apenas perdão para DEUS e seguirmos a nossa caminhada sem a busca da reconciliação com quem, no passado, fizemos algum mal, é doutrina de homens, ficção religiosa.
DEUS pede que perdoemos uns aos outros. E o perdão é muito mais que se isolar dentro de um quarto e se arrepender aos pés do SENHOR. DEUS deseja ver atitudes corajosas dos Seus filhos. Após sair do quarto, DEUS quer que cada um procure o seu próximo para uma busca pela restauração do relacionamento.
Essa é a condição para sermos perdoados por DEUS: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial perdoará as vossas ofensas. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai não vos perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6:14-15).
O perdão acompanhado de atitudes é um dos pilares da doutrina do Reino, ensinado por JESUS dentro das bem-aventuranças: “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí se lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com o teu irmão, e depois, vem e apresenta a tua oferta. Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz; e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão” (Mateus 5:23-25).
O ensinamento é muito simples; sem rodeios nem filosofias complexas. Perdão aceito por DEUS, somente se houver reconciliação. Quem não perdoa se reconciliando, vive em prisão constante e de “(…) maneira nenhuma sairá dali enquanto não pagar o último ceitil” (Mateus 5:26).
Quem deseja ver o milagre da reconciliação no seu casamento, precisa antes mostrar para DEUS que perdoa o cônjuge da mesma maneira que se tem perdoado a todos os devedores.
Muitos estão querendo e esperando um milagre da parte de DEUS em prisão espiritual, sem ter demonstrado a menor capacidade e humildade de procurar o outro contra quem falou ou pensou mal. A pessoa quer de DEUS, mas não cumpre os Seus ensinamentos em relação ao outro.
“Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a mesma medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós” (Mateus 7:2).
É isso.
Que DEUS nos abra portas de novas oportunidades!
FERNANDO CÉSAR – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça”; “Antes que a Luz do Sol escureça” e da coleção “Destrua o divórcio antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua o adultério antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua a insubmissão antes que ela destrua seu casamento”. Também é pastor e líder do Ministério Restaurando Famílias para Cristo.
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