“Quarenta anos estive desgostado com esta geração, e disse: É um povo que erra no coração, e não tem conhecido os meus caminhos” (Salmo 95:10)
Após ser libertado de uma escravidão cruel no Egito pelo SENHOR DEUS, o povo de Israel foi levado para o deserto de onde partiria para a conquista da Terra Prometida. O deserto tinha uma extensão de 200 quilômetros, que poderia ser cumprido em 40 dias. Mas a travessia do deserto durou 40 anos. Em vez de seguirem em linha reta, os israelitas andaram em círculos, dando voltas inúteis.
O SENHOR DEUS ungiu Moisés, um homem simples, pesado de língua, para essas duas missões importantes sobre a vida do seu povo: a primeira a de libertá-los da opressão e dos sofrimentos impostos pelo faraó no Egito. A segunda a de conduzir e orientar toda a população em sua travessia no deserto. Não à toa Moisés fora o escolhido por DEUS. Apesar de ser hebreu, ele havia sido criado pela filha de faraó e conhecia bem a realidade das pessoas e do local.
O deserto era necessário. Os israelitas estavam saindo de uma escravidão de 400 anos em terras egípcias: mente e alma oprimidas, corpo debilitados, espírito combalido devido a tanta crueldade. O deserto iria purificá-los, renová-los, prepará-los para uma bênção maior e definitiva.
Dessa forma, os hebreus presenciaram os maiores milagres registrados na História. Inicialmente DEUS usou Moisés para canalizar poder e abrir as águas do Mar Vermelho em duas grandes paredes, gerando um caminho seco para o povo atravessar. E, diante dos seus próprios olhos, viram os inimigos serem destruídos no meio do Mar. Após esse grande milagre, os hebreus talvez imaginassem que iriam herdar logo a Terra Prometida.
Não aceitaram o deserto que havia sido proposto pelo SENHOR DEUS, porque não acreditariam que DEUS pudesse sustentá-los em uma terra sem água nem pão. Iraram-se contra DEUS, murmuraram profundamente contra DEUS e contra Moisés, dizendo: “(…) Quem dera tivéssemos morrido pela mão do SENHOR na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos até fartar! Porque nos tende trazido a este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão” (Êxodo 16:3).
E DEUS fez chover maná do Céu (uma espécie de pão com graus) e codornizes (aves), fez jorrar água de uma rocha através de Moisés. Mas o povo de Israel inventou motivos para murmurar outra vez contra DEUS e Moisés. Dizia estar enfastiado daquela comida e que sentira saudade até mesmo das cebolas do Egito.
DEUS cuidara dos seus filhos nos mínimos detalhes: fez abrir o Mar, quando, aos olhos humanos, não havia mais caminho; deu alimento e água; durante o dia, fora uma nuvem que fazia sombra fresca sobre o povo e, às noites, fora uma tocha de fogo para aquecê-los e alumiá-los.
O deserto, no período noturno, é uma região de muito frio devido à baixa umidade do ar, fazendo com que haja pouquíssimo vapor de água na atmosfera e ausência de nuvens. Mas, apesar de tantos milagres, de tanto cuidado Paterno, o povo se manteve de coração duro, incrédulo e ingrato.
Os hebreus não reconheceram a liderança dada por DEUS a Moisés e, por isso, não respeitaram a sua autoridade. Faziam o que queriam e caminhavam como se estivessem sozinhos, desamparados. Esse fora o seu primeiro grande erro: rebelar-se contra uma liderança ungida por DEUS.
Uma das lições do deserto era exatamente a de torná-los humildes através da submissão e obediência. Mas eles preferiram o caminho oposto. Foram quarenta anos vivendo debaixo da rebeldia, murmuração e desobediência, a ponto de Moisés desejar a morte a continuar na companhia deles: “Concebi eu porventura todo este povo? Dei-o à luz? Para que me dissesses: leva-o ao teu colo, como a ama leva a criança que mama, à terra que juraste a seus pais? (…) E se assim fazes comigo, mata-me, peço-te, se tenho achado graça aos teus olhos, e não me deixes ver o meu mal” (Números 11:12 e 15).
Da rebeldia e murmuração dos israelitas extraímos, da Bíblia, uma das declarações mais pesadas dadas pelo SENHOR DEUS: “Quarenta anos estive desgostado com esta geração, e disse: É um povo que erra no coração, e não tem conhecido os meus caminhos” (Salmo 95:10).
Quando não se entende os propósitos do PAI, a desobediência bate à porta do coração dos filhos. O deserto não deve ser fonte de tristeza, murmuração e sofrimento; nem tampouco tempo de caminhar sozinho. A travessia de um deserto deve ser sempre progressiva, para a frente e para o alto (não é parado em um lugar), blindando os sentidos, tendo a companhia de um ungido de DEUS, obedecendo em tudo. Assim tudo se torna mais rápido e fácil.
De uma multidão de mais de três milhões de pessoas, apenas dois tiveram a fé, a confiança agradáveis a DEUS: Josué e Caleb. Todas as demais gerações, que foram resgatadas do Egito, pereceram. Um indivíduo sequer não foi salvo.
Quem quiser ter um final diferente em seu deserto que aprenda com a história dos nossos antepassados, não repetindo o que fora feito por eles e que tanto desagradou ao SENHOR. É possível construir uma história gloriosa de bênçãos, restauração e grandes testemunhos. DEUS não mudou: ELE permanece o mesmo. Nós, enquanto integrados à igreja do NOSSO SENHOR E SALVADOR JESUS CRISTO, é que temos que mudar, se quisermos ver o brilho da vitória sobre nós.
FERNANDO CÉSAR – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça”; “Antes que a Luz do Sol escureça” e da coleção “Destrua o divórcio antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua o adultério antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua a insubmissão antes que ela destrua seu casamento”. Também é pastor e líder do Ministério Restaurando Famílias para Cristo.
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