De uns 20 anos para cá, o número de divórcios e de recasamento explodiu pelo Brasil e pelo mundo. Vivemos praticamente em um planeta divorcista, onde casar-se, separar-se, divorciar-se e recasar-se tornaram-se coisas tão comuns como beber água.
Não à toa, o índice de violência intrafamiliar também cresceu. Maridos e esposas perderam facilmente o respeito entre si e desencadearam brigas, discussões fervorosas, agressões morais, físicas e, até, algumas vezes, homicídios.
O convívio conjugal, muitas vezes, se torna algo insuportável. Infelizmente. As delegacias das mulheres estão aí para comprovar essa triste realidade. Certamente, o alto número de divórcios e recasamentos irá se justificar no crescimento da violência entre os cônjuges.
As pessoas do mundo se casam porque querem ser felizes, buscam a felicidade pessoal no outro. Os verdadeiros cristãos veem o casamento como uma bênção instituída por DEUS. Os casais mundanos criam as suas próprias regras para o casamento. As pessoas tementes a DEUS trazem para o seu casamento as regras e os conselhos de DEUS.
As que são do mundo suportam o casamento até um certo limite. Logo, se separam, divorciam e se casam quantas vezes forem necessárias. A verdadeira igreja do SENHOR não faz do casamento um meio de opressão física, psicológica, espiritual, nem do recasamento um escape para tudo isso.
Mas quando a separação se torna algo inevitável, é preciso buscar amparo, luz, na Palavra de DEUS, socorro em pessoas verdadeiramente capacitadas pelo Espírito Santo para esse fim, e não se precipitar acerca de um divórcio, muito menos de uma falsa felicidade nos braços de um outro alguém.
Porque quem é igreja do SENHOR, embora venha passar por tempestades que as pessoas do mundo passam, precisa agir de forma diferente que estas, para não comprometer a sua vida com DEUS.
O mundo não deve servir de inspiração para a igreja, mas o povo de DEUS deve influenciar o mundo com a sua mente santa e seu comportamento irretocável. Foi por isso que o apóstolo Paulo aconselhou a igreja em Roma:
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de DEUS, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a DEUS, que é o vosso culto racional. E, não sede conformados com este mundo, mas transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de DEUS” (Romanos 12:1-2).
Então, como ter uma vida santificada por DEUS num tempo em que as traições, as mentiras, a violência conjugal, se tornam tão comuns? Essa é uma reflexão necessária, urgente, inadiável, para que o povo de DEUS não queira sair de um problema a qualquer custo, atraindo outro pior para a sua vida sem que perceba.
Não podemos ser radicais nem passivos no trato desse tema. Não podemos fechar nossos olhos para a triste realidade dos casamentos fracassados, mas também não devemos deixar a Palavra de DEUS em segundo plano. Não podemos ser radicais nem para o lado nem para o outro, nem nos comportarmos como as pessoas do mundo se comportam quando passam por situações parecidas.
Um equilíbrio, uma sensatez é o que se busca nesse texto, com a intenção de ajudar as pessoas que estão atravessando essa realidade conjugal; porém, trazendo-as à presença de DEUS, buscando a cura, a restauração.
Trago ao debate uma colocação de uma mulher numa rede social sobre uma publicação bem polêmica postada por um pastor famoso. O tema do post tratava sobre estupro marital, aquele em que a mulher é obrigada, forçada, a fazer sexo pelo marido.
Na ocasião, o pastor respondeu de forma calorosa, incentivando as pessoas a um comportamento igual às pessoas do mundo. Senti-me no direito de dar a minha opinião, o que gerou muita polêmica. Foi quando, talvez, não compreendendo a minha colocação, uma mulher me fez a seguinte indagação: “Então a mulher deve ficar presa a um abusador, um estuprador? É isso? Explique-me isso à luz da Palavra de DEUS”, pediu ela.
A explicação está aqui neste texto. Não sei se terá acesso ao texto, mas oro ao SENHOR para que ilumine a sua mente em todas as decisões que venha a tomar no curso de sua vida.
A primeira questão que devemos ter em mente é que o divórcio é criação do maligno e foi permitido pela dureza do coração das pessoas que não temiam a DEUS. Segundo ponto muito importante é que o recasamento de pessoa divorciada, embora seja muito frequente no mundo e até mesmo no meio das instituições religiosas, é algo abominável, condenável pelo SENHOR DEUS.
O recasamento nesse formato representa uma agressão à santificação dada por DEUS a Sua igreja; uma séria ameaça ao primeiro casamento que ELE testemunhou; um desfazimento daquilo que ELE uniu; uma apologia àquilo que ELE tanto condenou, que é o adultério.
Antigamente o adultério sexual se consumava quando havia o ato sexual, a traição de pelo menos um dos cônjuges. No advento da Graça, JESUS tratou de refazer o seu conceito, estreitando-o muito mais:
“Ouviste o que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela” (Mateus 5:27-28).
Ou seja, bastará ao homem casado desejar em seu pensamento outra mulher que já terá cometido adultério. E quanto à pessoa inocente, que não teve culpa de nada, não deu razão para nada; a vítima, a “coitadinha” em questão? JESUS também deu uma resposta para ela:
“Qualquer que deixa a sua mulher e casa com outra, adultera. E aquele que se casa com a repudiada pelo marido, adultera também” (Lucas 16:18).
Alguns, com a mente sofrida, adoecida, impregnada pela carnalidade, poderiam pensar: “Mais que JESUS mais malvado…”. Certamente não fora esse JESUS que lhes apresentaram no templo…
Com esse pensamento estreito, JESUS quis preservar, em primeiro lugar, a santidade das pessoas.
É claro que ELE saberia que os casamentos poderiam sofrer fortes dificuldades, lutas, desavenças, até brigas, separações. Paulo orientou a igreja em Corinto sobre isso:
“Todavia, aos casados mando, não eu mas o SENHOR, que a mulher não se separe do seu marido. Se, porém, ocorrer a separação, que fique sem se casar (outra vez) ou que busque a reconciliação com o marido; e que o marido não deixe a mulher” (1 Coríntios 7:10-11) (grifo meu).
(…) Mas se o marido descrente quiser se separar da esposa crente, que esta aceite a separação; porque, neste caso, nenhum cristão estará obrigado a viver debaixo de servidão maligna; mas DEUS chamou a igreja para viver em paz” (vers. 15).
Aceitar a separação significa, nessa situação específica, fugir de violência, dos maus tratos, da opressão, enfim, de tudo aquilo que o apóstolo denominou de servidão. Mas no versículo 11, transcrito acima, o apóstolo, pelo Espírito Santo, aconselha aos cristãos, que sofrem com esses dissabores, a, primeiro, não buscarem um novo casamento.
O “não casar”, dirigido a pessoas casadas, significa obviamente “não se casar outra vez”, visto que, aos olhos de DEUS, aquela pessoa já é casada. Porque não é saindo de um problema que a igreja deva entrar em outro.
Não é porque Fulana foi vítima da violência e da opressão, depois de se separar ou divorciar, que ela deva se tornar adúltera aos olhos de DEUS, casando-se com uma nova pessoa. O ideal de DEUS não é a felicidade das pessoas a qualquer custo, mas a felicidade de cada um sem comprometer a sua santificação, porque, sem ela, NINGUÉM verá o SENHOR: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o SENHOR” (Hebreus 12:14).
Quando DEUS nos resgatou do mundo, ELE também nos santificou nas três áreas mais importantes: espírito, alma e corpo. Mais uma vez o irmão Paulo tratando desse tema à igreja: “E o mesmo DEUS de paz vos santifique em tudo.
E todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso SENHOR JESUS CRISTO” (1 Tessalonicenses 5:23). Como ser santificado no corpo, estando em segundo casamento, em adultério, aos olhos do PAI?
Sofreu ou sofre violência conjugal? Fuja! Separe-se! Mas saiba uma terceira coisa muito importante para a sua vida cristã, sua comunhão com DEUS: AQUELE que nos resgatou do mundo (desgraçados nós éramos, filhos da ira e da desobediência), é poderoso para transformar a vida, o caráter, a educação, a alma, de um homem que antes fora violento e traidor à sua esposa.
Quem negar isso, estará negando o seu próprio resgate. Guarde também essa fé em seu coração: se ELE não quiser mais esse casamento, dará uma resposta clara, que seria, biblicamente, a morte (Em Nome de JESUS, não deixe de ler Romanos 7:2-3 e 1 Coríntios 7:39).
Mas aguarde por uma resposta do SENHOR. Nada de se precipitar, de buscar um novo casamento, depois de curada (o), por mais que o seu marido ou a sua esposa já tenha se casado de novo (ou seja, se tornado adúltero para DEUS).
O ensino da restauração, em todos os planos, deve ser retomado de maneira preferencial e urgente nas escolas dominicais e nos modelos de pregação emergentes. Devemos parar com o achismo e com a ilusão de acharmos que o primeiro casamento de ambos, por conta das crises, dos aborrecimentos, terminou, não tem mais jeito, como as pessoas do mundo obviamente concluem.
O olhar da igreja deve ser voltado para a santidade, para a esperança, para o desejo de um dia morar no Céu, e não para a felicidade terrena, enganosa, destruidora. DEUS é a solução para tudo, especialmente quando se deve esperar pelo tempo e pela vontade DELE.
É isso que ELE espera de nós: que tenhamos um olhar, uma fé e um comportamento radicalmente diferentes do mundo…
Que o SENHOR nos abençoe com esta Palavra!
No Amor de DEUS,
Pr. Fernando César – É discípulo do SENHOR JESUS; líder do Ministério Restaurando Famílias para CRISTO, escritor, palestrante, um dos principais antidivorcistas do Brasil e defensor das famílias e dos casamentos lícitos aos olhos de DEUS.
Comentários
Nenhum comentário ainda.