No tempo em que o recasamento de pessoa divorciada se tornou comum, especialmente nos templos protestantes, muitas pessoas, por incrível que pareça, têm me procurado para receber conselhos acerca da restauração dos seus casamentos lícitos aos olhos de DEUS.
No alto de todas as experiências vivenciadas com o SENHOR, há um conselho que se destaca dentre os demais: “A pior coisa para quem deseja ter a família plenamente restaurada por DEUS é frequentar templo religioso”. Essa frase soa com estranheza e dá um nó na cabeça das pessoas repudiadas.
Elas não compreendem, principalmente, porque foram educadas, assim como eu, a seguirem determinada linha religiosa, a frequentarem um templo, desde criança. Mas, graças a DEUS, já fui liberto dessa herança maldita.
Pois, aqui, pretendo esmiuçar melhor essa orientação básica e fundamental. Por que frequentar um templo é a pior coisa para quem deseja ver o cônjuge liberto pelo SENHOR?
Não creio, segundo o que me deu o Espírito Santo, que frequentar qualquer templo religioso seja necessário para o progresso espiritual do ser humano, muito menos para levá-lo ao céu. DEUS, no tempo da Graça, não habita em nenhum templo erguido por mãos humanas, mas deseja morar no templo-homem, templo-mulher, templo-criança, templo-jovem, templo idoso.
O local das reuniões da igreja deve ser o lar, as casas, porque, nesses lugares, o relacionamento entre membros e líderes se torna próximo, íntimo, fundamental. Entendo que tal relacionamento é um respeito à hierarquia divina aqui na terra e àquilo que DEUS ordenou como “sujeição e obediência”, em Hebreus 13:17.
Esse, sim, é um tema indispensável ao progresso espiritual e humano. Um tema que é desprezado cotidianamente nos templos e que não é ensinado em sua profundidade, muito menos vivenciado. O tamanho da construção de um templo e sua divisão mal elaborada (refiro-me ao altar onde ficam os líderes e ao salão espaçoso, onde se espalham os demais) determinam o nível de relacionamento que as pessoas terão (quanto maior o templo, mais impossível esse relacionamento se tornará) e as impossibilitam à vivência e o crescimento espiritual pela submissão.
Diferentemente dessa triste realidade, as igrejas primitivas cresciam exercitando a submissão e a obediência ao apóstolo Paulo e aos líderes locais. Em uma das ocasiões, ele bem ressaltou essa qualidade da igreja em Filipo: “De sorte que, meus amados, ASSIM COMO SEMPRE OBEDECESTES, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor” (Filipenses 2:12) (grifo meu).
Vejo aqui uma virtude-chave dita pelo apóstolo em relação àquela igreja: Ela sempre o obedecia; e não só quando ele lá estava, mas também em sua ausência. Não à toa que os irmãos em Filipo são tidos como um dos melhores exemplos entre as demais igrejas primitivas. Há outras várias recomendações no Novo Testamento para que essa vida de completa sujeição e obediência aos superiores seja respeitada: Efésios 6:5; Colossenses 3:20-22; 2 Tessalonicenses 3:14; Tito 2:9 e 3:1; 1 Pedro 2:13 e 18 e 3: 1 e 6.
A falta de sujeição e, consequentemente, a ausência de obediência têm se tornado uma brecha espiritual imensa para a atuação do diabo na vida das pessoas, especialmente, no meio das famílias, destruindo os casamentos e impedindo que elas alcancem grandes vitórias espirituais.
As esposas, por mais santas que se imaginem ser, dão espaço para a ação maligna em suas vidas e casamentos, a partir do momento em que não se sujeitam aos maridos como ordena a Palavra de DEUS. Esse diagnóstico infeliz não ocorre apenas quando os maridos ainda estão dentro de casa, mas perdura até mesmo depois do repúdio, quando eles partem para viver com outras mulheres e as suas legítimas esposas passam a se dedicar a uma vida nos templos.
Ser submissa ao “cabeça” é uma ordem de DEUS para as esposas (Leia Efésios 5:22, 24; Colossenses 3:18; Tito 2:5; 1 Pedro 3:1 e 6), assim como amá-las e respeitá-las é dever bíblico dos seus maridos (Efésios 5:25, Colossenses 3:19; 1 Pedro 3:7).
A não sujeição da esposa ao marido e a falta de amor do marido pela esposa significam que ambos perderam o privilégio de serem igreja, a quem o SENHOR a sujeitou a ELE próprio: “E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos” (Efésios 1:22-23). Basta uma das partes não cumprir o seu dever bíblico que o casamento se torna frágil suficiente até desmoroná-lo de vez. Muitas vezes, a raiz do problema não está somente na traição do marido em si.
Em muitos casos, a propulsão para uma vida adúltera por parte do marido se dá por causa da insubmissão da mulher a ele. Lares sem base, sem alicerce, tendem a ruir facilmente. E o mais triste: muitos desses cônjuges eram ou são frequentadores de templos. Prova incontestável de que não aprenderam e nem vivenciaram o tema com exaustão no local onde chamam de “casa de DEUS”. É função de um pastor de DEUS ensinar e exigir isso de suas ovelhas. Doutriná-las significa colocar uma rédea, um limite.
A presença de um cajado na mão de um pastor não é para violentá-las, matá-las, mas para fazê-las enxergar que há um líder e ensinamentos a serem seguidos. Pastores de templo não acompanham de perto a vida de muitos casais, para que possam enxergar os problemas deles (dos casais) e corrigi-los a tempo. Ovelhas soltas terminam se desgarrando até se transformarem em bodes. E é exatamente isso que tem acontecido: muitos são ovelhas dentro dos templos e bodes dentro de casa.
O problema, antes de ocorrer dentro de casa, ocorre dentro dos templos, pela extrema falta de relacionamento, acompanhamento e disciplina. Os casamentos são destruídos entre cônjuges frequentadores de templos, extremamente assíduos ao trabalho religioso. Imagine uma esposa, líder do coral, ou professora da escola dominical, ou instrutora de casais, ao chegar a casa, ser extremamente rebelde, rixosa e insubmissa ao marido.
Essa é a realidade de muitas. Assim como maridos pastores, diáconos, presbíteros, líderes de grupos de oração, mas, fora dali, lobos adúlteros, que não dão trégua aos corpos das mulheres na rua, ou na Internet. Do que JESUS chama esse modelo de vida? De hipocrisia. Em Mateus 7:21-23, ELE diz que nunca conheceu esse tipo de gente.
Sujeitar-se a um pastor ungido fora de templos é bênção em todos os aspectos. Primeiro porque se cumpre aquilo que DEUS determinou como dever. Segundo porque se aprende e se vive, e, consequentemente, tem-se a vida transformada no temor. Terceiro porque obedecer a alguém é transferência de culpa.
A pessoa obediente livra-se do peso da responsabilidade e o transfere para o seu senhor, a quem ele prestou obediência. Se uma secretária cumpre a ordem do seu chefe, se tal ordem der errado, o problema deixará de ser dela, mas dele. Agora, se ela não fizer ou fizer diferentemente do que foi ordenado, a culpa recai sobre ela, que será punida pela desobediência. Esse exemplo ilustra bem o relacionamento entre pastores e ovelhas aos olhos de DEUS. Além do que há inúmeras passagens na Bíblia que demonstram essa realidade.
Essa também é a razão pela qual muitas esposas e maridos chegam a mim, com ar de frustração, para comunicar que seus cônjuges opressos pediram o divórcio porque vão se casar com outras pessoas. A falta de posicionamento correto gera isso e outras coisas piores, porque os demônios agem livremente, sem nenhum impedimento espiritual. O Espírito Santo age conforme o posicionamento, a obediência de cada um.
Outro dado triste dos templos. É muito difícil, nos tempos de hoje, encontrar-se pastores que foram verdadeiramente chamados por DEUS e ungidos por ELE. Infelizmente, ser pastor de templo virou negócio, emprego, maneira de enriquecimento rápido, persuadindo as pessoas a darem os dízimos e ofertas. O número de pastores com esse perfil se mostra cada vez maior. Há templos que têm dois, três e até dez atuando no mesmo local, a depender da quantidade de membros.
Porque ser pastor, nos dias atuais, se resumiu à obtenção de um diploma de um curso de Teologia. As mensagens ministradas nos cultos estão cada vez mais recheadas de tecnologia, de embaraços teológicos e com menos unção e poder do Espírito Santo. Nos templos, além de não se trabalhar a questão da ordem, da hierarquia, da submissão e obediência, não se vê unção, poder de DEUS. Além de que os pastores de templo dizem não ter tempo nem condições de fazer um acompanhamento diário com suas ovelhas, como deveria existir.
Aliás, desafio um pastor saber o nome de todas as suas ovelhas e o que fazem no dia-a-dia. Esse é um modelo de vida religiosa hipócrita, que não leva ninguém a lugar algum. Daí eu me pergunto: Como essas pessoas, que estão atravessando um deserto pela restauração das famílias e que frequentam templo, conseguirão êxito na caminhada, sem o posicionamento correto? Vão se cansar, desistir e até seguirem outros caminhos estranhos à Palavra; e, tudo isso, com a conivência e o apoio dos seus líderes.
É preciso que haja urgentemente uma mudança de estratégia na luta espiritual pela restauração de uma família. Guerra espiritual não é vencida frequentando templos, mas guerreando em total sujeição, obediência e debaixo de cobertura espiritual adequada. Quando se está nessa posição, DEUS permite grande rebuliço entre os adúlteros; demônios são derrotados e cadeias logo são abertas.
E o trabalhar do Espírito Santo começa de uma forma fervorosa na vida do ex-opresso até trazê-lo arrependido de volta para casa. Creia nessa Palavra! Sua família ainda tem jeito. A guerra ainda não chegou ao final. Você ainda pode se tornar um vencedor (a) em CRISTO JESUS. Depende muito mais do seu querer e posicionamento.
No Amor de DEUS,
FERNANDO CÉSAR – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça”; “Antes que a Luz do Sol escureça” e da coleção “Destrua o divórcio antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua o adultério antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua a insubmissão antes que ela destrua seu casamento”. Também é pastor e líder do Ministério Restaurando Famílias para Cristo.
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