“Considerando que sois livres, não useis a liberdade como pretexto para fazer o que é mal, mas vivei como servos de Deus” (1 Pedro 2:6)
De repente, o mundo parou. As pessoas tiveram que mudar seus hábitos e viver enclausuradas dentro de suas casas. Um vírus que, originalmente, surgiu na China, logo, por conta das relações humanas, espalhou-se pelo mundo inteiro, ceifando a vida de milhões.
A liberdade foi o principal atributo que DEUS deu ao homem ao criá-lo: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de DEUS o criou; o homem e a mulher os criou. E DEUS os abençoou, e DEUS lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo animal que se move sobre a terra” (Gênesis 1:27-28).
A liberdade, portanto, são asas colocadas na mente e no coração de todo homem. DEUS o fez livre para servi-LO, adorá-LO e obedecê-LO. Além do mais, o SENHOR criou toda uma natureza extensa, magnífica, para que esse homem pudesse desfrutar o máximo dessa liberdade. Observe que DEUS não criou o universo mudo, vazio, sem forma e sem integrantes para que o homem vivesse sozinho, isolado. Mas criou animais de diversas espécies, formou a mulher do seu próprio corpo e ordenou: “Desfrutem dessa liberdade, sejam um do outro, amem-se, multipliquem a espécie, sejam solidários entre si e façam o bem sempre”.
O relacionamento seria a base que daria saúde mental e emocional aos indivíduos; e DEUS proporcionaria edificação espiritual. DEUS não projetou o homem para viver só. A solidão ou o estar sozinho jamais fez parte dos projetos de DEUS para a humanidade. Solidão, isolamento, representa um distúrbio natural contrários ao SENHOR.
O próprio sentido bíblico original de igreja carrega consigo a ideia de comunhão, compartilhamento, solidariedade, estar junto e presente, não apenas por um momento em um templo, mas diariamente, no sentido de afeição, vínculo, um Corpo de CRISTO aqui na terra. A igreja primitiva desfrutava desse privilégio à medida que um não desgrudava do outro como alimento para a mente e para o espírito.
A família terrena também traz esse sentido profundo: pais, filhos, irmãos, tios, juntos, irmanados, defendendo uns aos outros, ajudando, socorrendo, suprindo a todas as necessidades existenciais. Um homem e uma mulher já é suficiente para que haja o preenchimento dos vazios interiores. O sentido da vida reside na coletividade. Mas não tardou e o primeiro casal logo caiu em tentação, experimentou o pecado, perdendo os privilégios dos benefícios da comunhão com o CRIADOR.
O tempo foi passando, a humanidade inchou e a desobediência se tornou o seu principal oxigênio. O homem se tornou mal, horrível, com uma natureza e um caráter reprovados. A humanidade passou a ser egoísta e adúltera a partir do momento que só pensou em si e também faz aliança com este mundo maldito e condenado. Adultério é trocar a santidade de DEUS pelos prazeres do mundo. O mundo habitado se tornou o principal inimigo de DEUS. Observe o desabafo do apóstolo Tiago:
“De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber: dos vossos deleites, que os vossos membros guerreiam? Cobiçais e nada tendes; matais e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes porque não pedis. Pedis e não recebeis porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tiago 4:1-4).
É, agora, um homem preso, cativo (espiritualmente falando), longe de DEUS, vivendo e sorrindo dentro de uma utópica liberdade devastadora. Mas, embora esse mesmo homem seja muito mal, DEUS não desistiu de libertá-lo. Assim o fez no passado, quando ungiu Moisés, um homem falho, pecador, para ser o libertador do seu povo no Egito. Os príncipes do mal desejaram impedir a liberdade dos israelitas.
Daí, DEUS lançou 10 pragas sobre o Egito, atingindo, inclusive, o rio que era fonte de riqueza e sustentação daquela nação: as suas águas foram transformadas em sangue. Depois, rãs, piolhos, moscas, a morte dos rebanhos, feridas graves (causadas por um punhado de cinzas que Moisés espalhou pelo ar), granizos, gafanhotos, muita treva e, por fim, a morte de todos os primogênitos (porque os primeiros representavam a perpetuação da espécie).
Somente os hebreus, que tinham colocado o sangue dos cordeiros oferecidos a Deus nos batentes de suas portas, não sofreram perda. DEUS É FIEL! O primeiro filho era o herdeiro principal e o sinal da continuidade dos pais. Por isso, só depois que o faraó perdeu seu filho, finalmente libertou os hebreus, que deixaram o Egito, rumo à Terra Prometida.
Mas, no deserto a que foi levado por DEUS para ser tratado, a multidão israelita voltou a se rebelar contra o SENHOR, não agradecendo, não sabendo viver em comunhão, não se sujeitando a autoridade de Moisés e, principalmente, murmurando bastante. O resultado disso foi a morte de todos dessa primeira geração.
Séculos e séculos se passaram e a realidade da humanidade para DEUS só piorou. DEUS, então, em um projeto especial e derradeiro de redenção envia ao mundo JESUS CRISTO (não haverá outro projeto de redenção da humanidade. Quem não aproveitar esse, morrerá em todos os sentidos).
JESUS: um santíssimo, puro, sem pecado algum, caminhando entre uma humanidade perdida, má, rebelde. JESUS entregou a Sua vida, foi torturado, morto, crucificado, e poucos atentaram para o valor daquele sacrifício. Ainda nos dias atuais, inclusive. No máximo, há um povo religioso (que se diz cristão), que se reúne em suas casas todo ano na Semana Santa, compartilha o peixe, o ovo de chocolate, um coelhinho, distribui mensagens de esperança pelas redes sociais e só.
O número de sistemas religiosos cresceu, assim como a quantidade de templos religiosos para acolher pessoas e tentar fazê-las melhores. Mas, sabemos, nada disso adiantou. A malignidade, o egoísmo, a avareza, as traições também se espalharam no meio desses lugares considerados sagrados para alguns, entre seus líderes e pessoas comuns.
O homem deu às costas para o SENHOR e criou um universo de solidão absoluta. A semente do pecado destrói a cada dia a sua saúde emocional, psicológica, porque a espiritual já nem existe mais. E em meio a essa pandemia do coronavírus, em que todos são obrigados a ficar em suas casas, castrados em sua liberdade, precisamos refletir urgentemente e voltar ao primeiro amor, tornarmos um tipo de primeiro Adão e primeira Eva no Éden, antes do pecado.
E, se não conseguimos, por nós mesmos, afastar a nossa natureza pecaminosa, que busquemos a JESUS, porque ELE é o Cordeiro vivo que derramou o Seu precioso Sangue em um madeiro, suportando todas as nossas maldições, para que NELE tenhamos vida em abundância. Quem busca o SENHOR JESUS, especialmente fora dos sistemas religiosos, encontra a verdadeira saúde mental, emocional, psicológica, e uma forte estrutura espiritual.
É dever da liderança provocar e proporcionar esse caminho. Converse, viva, relacione-se, ouça tudo com muita atenção. Procure aprender com quem sabe mais que você. Conserve em si uma estrutura interior sólida para que, através dela, você possa socorrer e ajudar, por exemplo, os idosos, que também estão enclausurados e próximos de você na mesma casa. Cito esse grupo de pessoas porque, talvez, muitos deles apresentarão vulnerabilidade em sua estrutura psicológica.
Tornar um idoso inativo de suas atividades é quase um martírio para muitos. A solidão, o isolamento total, a castração da liberdade, podem causar mais mortes que o vírus covid-19. Se possível, pegue o telefone e passe horas conversando, aprendendo, com quem pode edificar a sua vida em CRISTO JESUS.
Mas não se permita a um isolamento maior, interior, aquele que pode causar disfunções a sua mente, físico, emoção e espírito. Muitos já enlouqueceram e morreram de depressão por causa disso.
Um direcionamento correto renova as forças, produz esperança, fé, para suportarmos e superarmos todas as adversidades e, assim, alcançarmos o prêmio maior, que é a salvação do nosso espírito. Pense nisso e boas reflexões.
No Amor de DEUS,
Pr. Fernando César – É líder do Ministério Restaurando Famílias para CRISTO, escritor, palestrante, um dos principais antidivorcistas do Brasil e defensor das famílias e dos casamentos lícitos aos olhos de DEUS.
Comentários
Nenhum comentário ainda.