“Pedro mandou que todas saíssem do quarto; então se pôs de joelhos, e orou (…)” (Atos 9:40)
A oração é o meio através do qual um cristão se comunica com DEUS. A leitura da Bíblia Sagrada é o canal que DEUS usa para falar aos Seus filhos amados. Tanto um como outro são indispensáveis para um crescimento espiritual sólido de uma vida cristã. Quem não ora e quem não ouve a voz de DEUS através da Sua Palavra cresce com sérias deformações espirituais, o que vai refletir em uma caminhada instável e uma vida dupla, que ora visa estar na igreja, ora a satisfazer os desejos do mundo.
Quando DEUS enviou ao mundo o Seu único Filho, JESUS CRISTO, para morrer em nosso lugar, o PAI estava, com essa atitude, rasgando o véu do templo de cima a baixo, que nos impedia de ter livre acesso a ELE e, assim, para que tivéssemos ampla e irrestrita liberdade de entrar em Sua santa presença por meio da oração. Era o resgate de uma comunhão que se havia perdido com o pecado original no Éden.
Não existe uma maneira única, fechada, de orar. Mas JESUS nos deixou algumas orientações básicas de como fazermos: “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falar serão ouvidos” (Mateus 6:6-7). Esse aposento do qual se referiu JESUS não representa necessariamente um quarto, algum compartimento; mas significa fechar-se em seu universo íntimo, interior, de profunda introspecção. Uma oração verdadeira não precisa ser mostrada e exibida para que outros vejam, como faziam os fariseus, chamados por JESUS de hipócritas. Ao contrário, ela foge a toda aparição pública, de puro exibicionismo. Quando um homem, em colóquio íntimo com DEUS, entra em Sua presença, ele expõe um diálogo natural, singelo, sincero, do mais profundo do seu ser. JESUS também disse que uma oração mecanizada, decorada, não surte efeito algum espiritualmente falando, pois não se originou das tábuas de um coração humilhado, contrito, necessitado de DEUS, mas advém de puro formalismo religioso e tradição familiar. Nos versículos seguintes, vemos um modelo de oração, que muitos a chamam de oração do Pai Nosso: “Pai nosso que estás no céu, santificado seja o teu nome, venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dá hoje. Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores. Não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos de todo mal. Porque teu é o reino e o poder, e a glória, para sempre. Amém.” (vers. 9 a 13). Do que não devemos nos esquecer em qualquer oração que se faça a DEUS? De que ELE é Todo Poderoso, Criador de todas as coisas, santo, glorificado e exaltado para todo sempre, qualidades que devem ser destacadas em qualquer oração, em primeiro plano. O propósito de toda oração é reconhecer-se dependente de DEUS; um ser com vontades falhas. Por isso devemos suplicar que a vontade de DEUS seja executada em nossa vida, no lugar da nossa vontade. A vontade de DEUS compreende que devemos estar prontos para anular o nosso EU, renunciar a nós mesmos. Se dissermos isso em oração, que seja verdade no nosso cotidiano. Aliás, a oração é uma preparação do que se vai viver. Se ela não gerar um efeito pragmático, de nada terá adiantado, será apenas um balbuciar de palavras vazias e sem efeito.
Em seguida, vem a hora de pedir bênção material: “o pão nosso de cada dia nos dá hoje…”. Sim, porque DEUS sabe que necessitamos do alimento material, do dinheiro, das roupas, do trabalho, daquilo que é necessário para o nosso suprimento diário. Há pessoas que pedem apartamentos de luxo, casa na praia, um avião, um navio, uma ilha privada, e ainda existem aqueles que pedem a DEUS para acertar em alguma loteria, pedidos sem nenhum fundamento. Sobre isso o apóstolo Tiago escreveu: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” (4:3). Precisamos de saúde, especialmente saúde espiritual, discernimento, sabedoria, ousadia; sermos intrépidos, estarmos disponíveis para falar do Amor de DEUS ao mundo. Esse deve ser o nosso real pedido. Aquilo que será inicialmente para benefício exclusivo do Reino de DEUS. Não devemos pensar em nós, mas em DEUS, nas coisas concernentes ao PAI. Porque JESUS também disse: “Mas buscai primeiro o Reino de DEUS, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33). Por que pensar primeiramente em mim se DEUS sabe do que preciso? Eu primeiro lugar preciso pensar em DEUS, naquilo que contribuirá para o enriquecimento do Seu Reino. Como DEUS pode me usar para ganhar almas? Essa deve ser a minha oração. “Capacita-me, Senhor, para alcançar as almas perdidas!”
Jabez até hoje é um ilustre desconhecido do Antigo Testamento. Seu nome aparece em poucas linhas na Sagrada Escritura. Mas foi dele uma das orações mais eficazes que se viu até hoje: “Oxalá que me abençoes e amplies o meu território! Seja a tua mão comigo, e me preserve do mal, de modo que eu seja livre da dor. E Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido” (1 Crônicas 4:9). Jabez pediu para ser abençoado no sentido de ser ampliado o seu território, ou seja, alargada sua estrada para falar do Amor de DEUS. “Seja tua mão comigo e me preserve do mal”. Só precisamos das mãos do Senhor sobre a nossa vida e que ELE nos livre do mal.
Outro exemplo de oração eficaz está no livro “O homem que orava” (CPAD), um clássico da literatura cristã. João Hyde foi um missionário designado a evangelizar na Índia, no início do século XX. Teve que aprender algumas das mais difíceis línguas, a fim de poder trabalhar em um dos campos mais complicados do mundo. Morou em uma choça de taipa. Em apenas sete anos, o número de salvos em CRISTO se multiplicou consideravelmente. Certa vez, o seu companheiro de batalha se colocou ao lado do quarto do missionário, onde se ouvia seus suspiros, seus gemidos e via o seu rosto demasiadamente banhado em lágrimas. O seu corpo vivia enfraquecido mediante as muitas noites e dias sem dormir nem comer. Tudo porque a sua vida era uma oração e que tinha um propósito grandioso a ser alcançado. O que mais se ouvia naquele humilde quarto era a frase: “Ó Deus, dá-me almas ou morrerei!”. E DEUS também honrou o seu pedido: deu-lhe mais de 100 mil vidas de indianos para CRISTO. As constantes orações de João Hyde alcançaram um grande despertamento espiritual naquele lugar, que nunca mais foi o mesmo.
Muitas foram as conquistas e milhares os livramentos em toda a Bíblia por causa da oração de um justo. Por causa da oração de Abraão, seu primo Ló foi salvo da destruição de Sodoma e Gomorra. A famosa passagem transcrita em 2 Crônicas diz: “se o meu povo que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (7:14). Pela oração muitos foram curados, libertos de espíritos imundos, da depressão; foram batizados com o Espírito Santo, abençoados financeiramente, cadeias foram destruídas, famílias foram restauradas, vidas foram salvas.
Mas para alcançarmos tudo isso, é preciso que tenhamos um coração puro, disposto a perdoar o próximo verdadeiramente. Sem esse elemento, nossa oração nunca será atendida por DEUS: “Por isso vos digo que tudo o que pedirdes em oração, crede que recebestes, e será vosso. E quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas. Mas se vós não perdoardes, também vosso Pai, que está nos céus, não vos perdoará as vossas ofensas” (Marcos 11:24-26). Então, antes de pedirmos alguma coisa, ainda que para o benefício do próprio DEUS, se não perdoarmos às pessoas que nos fazem mal, se não purificarmos o nosso coração de qualquer mágoa, ódio ou coisa parecida, nada obteremos. Oração verdadeira e eficaz é igual à pureza de coração.
Nossos joelhos estão no chão, mas nossa alma está de pé, inteiramente à disposição de DEUS. Nosso rosto está no chão, mas nossas lágrimas estão sendo contempladas pelo Nosso Senhor e Redentor! Que o nosso viver seja uma oração contínua, nossa mente e nosso espírito estejam em constante sintonia com o PAI, pedindo sempre para ELE nos mostrar o caminho certo por onde devemos andar. Oremos sem cessar até o dia de nossa partida! Que seja realmente assim, para a Glória do PAI! Que DEUS nos abençoe!
FERNANDO CÉSAR – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça”; “Antes que a Luz do Sol escureça” e da coleção “Destrua o divórcio antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua o adultério antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua a insubmissão antes que ela destrua seu casamento”. Também é líder do Ministério Famílias para Cristo.
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