“(…) É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?” (Mateus 19:3)
Recebo um e-mail de um querido irmão em Cristo. Ele me pergunta, de forma clara e direta, se um homem pode se divorciar de sua esposa, com a qual mantém um casamento de anos, amigavelmente (sem que tivesse existido o adultério em uma das partes); se esse tipo de divórcio tem amparo bíblico. Confesso que essa não é uma resposta tão simples como muitos podem achar. Um casamento cristão pressupõe basicamente compromisso, afinidades, objetivos, busca de interesses comuns e, claro, amor. Casamento é comunhão, acordo que ambos aceitam assumir, desde o momento em que deixam suas famílias de origem e decidem seguir a vida juntos. Mas casamento também pressupõe afinidade sexual (ambos se proporcionarem prazer), organização e planejamento econômico; enfim, vida em comum (e não incomum). Tudo que se relaciona a casamento passa pelo crivo e pela decisão de um marido e de uma mulher (sabendo-se que aí um e outro têm suas responsabilidades gerais e específicas). Ou seja, não se concebe um casamento fora desse laço, dessa união, dessa reciprocidade e comunhão.
A família é resultado do casamento; ela se forma a partir dele. Casamento pleno e perfeito para DEUS se estabelece entre um homem e uma mulher, no Civil e na Igreja, diante das autoridades eclesiásticas e das testemunhas. Família, segundo a Bíblia, é responsável por gerar filhos e gerações seguintes. E o divórcio onde entra nessa história?
Ele é citado diretamente na Bíblia apenas seis vezes: em Deuteronômio 24:1; em Isaías 50:1; em Jeremias 3:8; em Malaquias 2: 16; em Mateus 19:7 e em Marcos 10:4. Também há outras referências indiretas como escreveu o apóstolo Paulo na Primeira Carta à Igreja de Corinto, capítulo 7, versículos 10, 11e 27. Vejamos o que diz cada versículo destes e depois procuraremos compreendê-los.
Deuteronômio 24:1 – “Se um homem tomar uma mulher, casar-se com ela, e esta depois deixar de lhe agradar por ter ele achado nela qualquer coisa indecente, escrever-lhe-á uma carta de divórcio, e lhe dará na mão, e a despedirá de sua casa”.
Isaías 50:1 – “Onde está a carta de divórcio de vossa mãe, pela qual eu a repudiei? Ou quem é o meu credor, a quem eu vos tenha vendido? Por causa das vossas maldades fostes vendidos; por causa das vossas transgressões, vossa mãe foi repudiada”.
Jeremias 3:8 – “Dei carta de divórcio à infiel Israel e a despedi, por causa dos seus adultérios. Contudo, vi que a sua infiel irmã Judá não temeu; ela se foi, e também se prostituiu”.
Malaquias 2:16 – “Eu detesto o divórcio, diz o Senhor Deus de Israel, e aquele que cobre de violência as suas vestes, diz o Senhor dos Exércitos. Portanto cuidai de vós mesmos, e não sejais desleais”.
Mateus 19:7 – “Perguntaram-lhe: Então por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la?”.
Marcos 10:4 – “Eles disseram: Moisés permitiu escrever carta de divórcio e repudiar”.
1 Coríntios 7:10, 11 e 27 – “Todavia, aos casados, mando, não eu mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. Se, porém, se apartar, que fiquem sem casar, ou que se reconcilie com o marido. E que o marido não deixe a mulher. (…) Estás ligado à mulher? Não busques separar-te. Estás livre de mulher? Não busque casamento”.
Como observamos a Palavra de DEUS anula completamente a possibilidade de uma separação, seja amigável ou não, entre o marido e sua esposa. Destituição do casamento é abominável aos olhos de DEUS. A possibilidade de divorciar-se só entrou na Bíblia devido à dureza do coração humano. Um casal casado deve buscar a presença de DEUS, caminhar juntos nessa direção e, se possível, buscar também ajuda de algum especialista, um psicólogo ou terapeuta. Todo casal deve lutar pela restauração do casamento. Ninguém se casa para ser feliz, mas para fazer o outro feliz. E este esforçar-se para fazer o outro feliz pressupõe anulação do próprio EU interior e renúncia. O motivo maior para a não-separação ou para o não-divórcio está neste mesmo livro e capítulo, nos versículos 14 e 15: “Perguntais: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual foste desleal sendo ela tua companheira, e a mulher de tua aliança. Não fez ele somente um? Em carne e espírito são dele (…)”. O que mais aparece, na verdade, são citações aos termos “repúdio” e “adultério”, ambos, de acordo com as épocas, significando a mesma coisa. Quem repudia a sua esposa cometeu adultério. Adulterar é, pois, repudiar a uma aliança matrimonial, que fora abençoada e testemunhada por DEUS. Divórcio, traição, adultério é como se CRISTO, depois de toda a maravilhosa obra evangelística e redentora que promoveu aqui na terra, fizesse um acordo com satanás e com ele se unisse, traindo a Sua igreja, o Seu povo escolhido. Portanto, meus queridos irmãos, segundo a vontade de DEUS, divórcio em hipótese alguma, nem com nem seu adultério. O perfeito, puro e agradável é que os cônjuges lutem juntos por um matrimônio feliz.
Há um casamento eterno entre um Noivo (JESUS) e a Sua noiva (Igreja). Há bodas e um paraíso para abrigá-lOs. Esse casamento em nada poderá ser quebrado ou rompido porque foi lavado com um Sangue eterno e precioso. Há uma família oriunda a partir desse casamento. Há também filhos e gerações que foram resgatados a um preço muito alto, cuja descendência deve ser abençoada e próspera. Se um homem quer se afastar de sua esposa, ainda que amigavelmente, ou seja, com a concordância do cônjuge, ambos estarão rompendo um Contrato eterno com DEUS, desfazendo-se de tão grande Obra redentora. Quem em CRISTO se casou vive feliz, ainda que lutas, obstáculos, desertos se levantem contra o casal. Compromisso verdadeiro é indissolúvel; um e outro não abrem mão de estarem juntos para sempre até que o Senhor JESUS os chamem para a Glória Eterna. Se há problemas no casamento, procure, repito, um aconselhamento terapêutico-cristão com um especialista da área. Talvez seus líderes espirituais aqui na terra não tenham preparo suficiente para orientá-los quanto a um prévio fracasso matrimonial. Porém, não entrem jamais na artimanha do diabo de que “o amor acabou ou o prazer não existe mais”. Afinal, casamento não é eternamente sorriso, sexo, prazer, como não é eternamente tristeza, dissabor e frustração. Casamento é, sim, eternamente…. GRAÇA ETERNA!! Que DEUS nos abençoe!
FERNANDO CÉSAR – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça” e “Antes que a Luz do Sol escureça”. Também é líder do Ministério Interdenominacional Recuperando Famílias para Cristo.
Gostaria de deixar meu testemunho no sentido de quem estiver em crise, com ou sem adultério , em seu casamento porcure um aconselhamento cristão. Eu procurei ajuda de psicóloga de casais, que foi usada como instrumento do inimigo, sim…pois o que dizem é que “essa terapia não é garantia de o casal permanecer juntos”!!!!é de chorar, …ainda disse que meu marido era responsável por cativar a “outra”, ou seja, se não ama mais sua esposa,,,e está apaixonado a escolha já está feita…. Bom ele foi embora com esse “conselho espetacular!!!!” Hoje completa dois anos que estou em oração, esperando o operar de Deus. Participo de campanhas pelas famílias e sua restauração. Procurem pessoas de Deus para aconselhá-las!!!!!!!!!!!!
É interessante notar que nas Igrejas primitivas seguindo as palavras de Cristo até o fato de divorciar-se e casar-se de novo se considerava adultério. http://www.aigrejaprimitiva.com/dicionario/ADULTERIO.html