Era a festa dos tabernáculos dos judeus que ocorria anualmente na Judeia. JESUS, a princípio, havia preferido a Galileia, pois os judeus buscavam uma ocasião para prendê-LO e matá-LO.
Mas, após Seus irmãos terem subido para a Judeia, JESUS foi em oculto após eles. Então o SENHOR ensinava no templo a doutrina de DEUS, o que despertava e muito a fúria dos judeus contra ELE. Eles não criam que JESUS era o Messias, vindo de DEUS. Diziam que JESUS tinha demônio (João 7:20).
JESUS usava de argumentos retos e justos para defender a doutrina do PAI, para mostrar que eles não eram de DEUS. Um grande debate se formou no meio do povo sobre o caráter divino ou não do CRISTO que ali se encontrava (João 7:43). Depois cada um se dirigiu para a sua casa (João 7:53). “JESUS, porém, foi para o Monte das Oliveiras” (João 8:1). Pela manhã, logo cedo, voltou ao templo para ensinar (os frequentadores de templo, desde aquele tempo, necessitavam do ensino, da doutrina).
Foi quando os fariseus e os escribas trouxeram-LHE uma mulher pega em flagrante adultério. O que eles queriam na verdade com esse flagrante? Saber se JESUS era ou não o Messias vindo de DEUS e usaram aquela mulher pecadora como cobaia de suas defesas. Observemos que a dúvida e a desconfiança desses judeus vinham desde o capítulo 7 do Evangelho de João.
Os fariseus e os escribas, que eram instrumentos do diabo, embora cumpridores da legislação antiga morta, após o debate do dia anterior no templo com JESUS, saíram à caça de alguém que lhes pudesse servir de isca, de armadilha. E acharam, em algum lugar, uma mulher transando com um homem, que não era dela. Ambos estavam nus, pois ninguém mantém relação sexual vestido. Assim, o constrangimento era maior.
Pegaram somente a mulher (a Lei antiga dizia que tanto o homem como a mulher adúlteros deveriam ser apedrejados – Levítico 20:10). Muitos questionam: Mas por que só pegaram a mulher, se a Lei determinava que ambos deveriam ser mortos? É preciso saber que o foco maior dos fariseus não era a condenação em si, mas provar a JESUS que ELE não era o Filho de DEUS.
Observem o argumento utilizado pelos fariseus ao apresentar a JESUS a mulher adúltera: “Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando. E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, o que dizes?” (João 8:4-5). A questão maior dele era provar que JESUS, por não ser cumpridor na Letra velha, não era de DEUS. Isso era uma armadilha montada pelo diabo.
Para isso, decidiram confrontar JESUS com aquele velho patriarca, que falava face a face com o SENHOR dos Exércitos. É óbvio que se JESUS se colocasse ao lado da velha Letra, eles apedrejariam aquela mulher, sem nenhuma piedade, e negaria o caráter do AMOR do PAI.
Observemos também o que teor do versículo seguinte: “Isto diziam eles, TENTANDO-O, para que tivessem de que o acusar” (João 8:6). JESUS demonstrou indiferença àquela acusação. Continuou com o dedo na terra escrevendo. Mas porque os fariseus insistiram com uma tese que para JESUS era insignificante, então o SENHOR os exortou: “Aquele que, dentre vós, estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedras contra ela” (João 8:7). Pronto: esse fora o argumento derradeiro.
Paremos um pouco aqui na descrição da narrativa bíblica. Os fariseus consideravam-se os mais santos dos humanos da terra, embora fossem pecadores e grandes hereges, apóstatas. Exaltavam o Reino desprovido da Graça, que era alcançado apenas pelo perfeito cumprimento da Lei.
Os fariseus conheciam como ninguém os cinco primeiros livros do Antigo Testamento. Muitos deles eram até considerados doutores. A soberba e o autoconvencimento impediam que eles enxergassem JESUS e quem, de fato, eles eram por dentro.
O SENHOR JESUS não estava nem um pouco impressionado com o tamanho do pecado que aquela mulher cometera (pois ELE veio ao mundo para salvar os pecadores). JESUS se indignava com a hipocrisia desses que se consideravam muito santos, adoravam apontar os pecados alheios e, sequer, caminhavam para o Reino de DEUS.
Assim, como não iremos encontrar em nenhuma parte das Epístolas o apóstolo Paulo fazendo autopromoção e espetáculo com o pecado de ninguém. Mas Paulo combateu veementemente as heresias e os hereges.
Até os dias atuais, há um show de idiotices (a palavra IDIOTA quer dizer pessoa sem DEUS) de falsos pastores (hereges) que amam apontar os pecados alheios, sem, sequer, exporem os seus para a igreja. Algum leitor acaso já viu algum pastor chorando no púlpito, arrependido, confessando explicitamente os pecados mais absurdos cometidos por ele?
Alguém já viu, por exemplo, algum pastor admitir, em púlpito, que já desejou sexualmente alguma mulher na rua? As respostas certamente serão negativas. E por quê? Será que nenhum deles nunca cobiçou a mulher do próximo, ou mentiu, ou se apropriou do que não lhe pertencia, ou nunca fez alguma coisa abominável ao SENHOR? É claro que SIM. Mas como fazem dos templos o local apropriado para o comércio da fé, e do Evangelho, um produto, o ideal é que sempre se apresentem com a máscara da santidade, preparados para julgar o próximo (porque se sentem o próprio DEUS), atirar-lhes pedras, penalizar os menores do templo, quando os pecados destes são expostos publicamente.
Eles precisam estar sempre com a máscara de santos, porque, dessa forma, atrairão credibilidade e muito dinheiro para as suas contas bancárias. Quem se sentiria atraído em dar dinheiro para um homem que confessasse os seus pecados mais imundos? Ninguém. Agora tem uma coisa: quando as heresias deles são denunciadas, ficam irados e saem destilando vingança, inveja, ódio em seus sites e ministérios. Esses ainda não compreenderam a doutrina do SENHOR JESUS. Quanto a mim, tenho orado incessantemente por eles. DEUS sabe.
Quando aqueles fariseus chegaram para JESUS e usaram uma lente de aumento sobre o adultério daquela mulher, o SENHOR se fez de indiferente. Não que ELE aprovasse tal coisa, mas que nenhuma pessoa ali (nem pessoa alguma do mundo) estaria apta a apedrejar uma mulher por conta dos pecados dela. Por uma razão simples: todos são pecadores. Só DEUS pode julgar e determinar o fim de cada pessoa pecadora. O apóstolo Paulo criticou com dureza o fato de alguns irmãos da igreja de Corinto desejar levar outros a serem julgados por Juízes humanos (Coríntios capítulo 6, versículos 1 ao 11). Paulo categorizou os juízes da época tão sujos como os demais pecadores, os quais ele chamou de infiéis (vers. 6), e, assim, incapazes de julgar os santos da igreja de JESUS. A orientação do apóstolo à igreja foi que sofresse a injustiça e o dano dos irmãos (vers. 7).
Então, na história da mulher adúltera, JESUS pediu que cada fariseu, que se encontrava ali, passasse um espelho sobre o seu interior para cada um enxergar quem de fato era. Pode um sujo falar de um mal lavado? Pode um cego guiar outro cego? Pode um adúltero ensinar que não se deve adulterar? Podem pessoas avarentas oferecer um ensino de humildade e de privações a outras? É justo um líder propagar as imundícies de outras pessoas, sendo ele mesmo imundo? São essas perguntas que JESUS nos faz com a passagem da mulher adúltera.
E cada um dos fariseus foi saindo de mansinho, retirando-se em silêncio. Então ficou apenas JESUS com aquela pobre pecadora: “Mulher, onde estão os teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe JESUS: Nem eu também te condeno! Vai-te e não peques mais” (João 8:11). O “não peques mais” de JESUS não significaria que aquela mulher não iria cometer mais nenhum pecado na vida, mas que ela não buscasse mais viver uma vida de pecados.
A igreja hoje, muito falha e pecadora, virou propagadora dos pecados alheios. As pessoas, que se dizem cristãs, entram em êxtase, quando a maior ação social não é socorrer os necessitados, mas fazer festa com os pecados dos outros. Basta ver a quantidade de mensagens dessa natureza que são curtidas e compartilhadas em redes sociais: “é a cantora gospel que transou com o marido da outra”; “foi um pastor casado que fez sexo com uma irmãzinha”; “é o levita que furtou o celular de alguém no banco do templo”.
Ações diabólicas dessa natureza precisam ser combatidas com oração e jejum. Essas são as reais, únicas e eficazes armas do crente em JESUS para vencerem o mal (Mateus 5:44). Se o outro merece ser condenado pelo pecado que cometeu, nós também merecemos, porque, para DEUS, nosso pecado não é maior nem menor. Quando alguém, vestido de cristão, quiser contaminar seu coração, propagando os pecados alheios, pergunte a essa pessoa: ACASO VOCÊ NÃO PECA?
Quando ensino aos repudiados: NÃO DESISTAM DO SEU CÔNJUGE ADÚLTERO, é porque DEUS me faz enxergar, nas páginas das minhas lembranças tristes, o lugar exato de onde ELE me resgatou; e mesmo assim me amou e me ama.
E para finalizar: aquela mulher suja e adúltera teve a vida restaurada por JESUS e foi a primeira a testemunhar a ressurreição do SENHOR. Que bênção! Que grande exemplo de Amor e de restauração! Que essa lição de JESUS inunde os nossos corações…
No Amor de DEUS,
FERNANDO CÉSAR – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça”; “Antes que a Luz do Sol escureça” e da coleção “Destrua o divórcio antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua o adultério antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua a insubmissão antes que ela destrua seu casamento”. Também é pastor e líder do Ministério Restaurando Famílias para Cristo.
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