O recasamento de pessoa divorciada, se é ou não da vontade de DEUS, vez em quando, entra na pauta das discussões mais acaloradas entre protestantes permissivos e católicos ortodoxos. O assunto funciona como uma pedra no caminho, um calo na consciência dos que se consideram cristãos.
Apesar dos quase 40 anos da aprovação da Lei do Divórcio no Brasil (que fará aniversário em junho de 2017), a busca pelo novo casamento, a partir desse instrumento civil, quase sempre suscita debates intermináveis.
Há aqueles que veem, na Bíblia, o recasamento, a partir de um divórcio, como sendo da vontade de DEUS, ao interpretarem, equivocadamente, o texto que está em Mateus 19:9 e em 1 Coríntios 7:15. Outros creem que esse tipo de atitude é a consolidação do adultério continuado nas vidas do novo casal, segundo o que está em Lucas 16:18, Romanos 7:2-3; e que só a morte pode desfazer a primeira aliança (1 Coríntios 7:39).
Há os que se justificam afirmando que só cometeram tal atitude antes de “aceitarem a JESUS” como Salvador de suas vidas; e que, portanto, não há problema algum de continuarem na união em que se encontram. Outros são totalmente permissivos: casam-se e descasam-se quantas vezes querem, mesmo depois de terem confessado a CRISTO.
Aconteceu no estúdio da Rádio Jornal do Commercio, em Recife, há algumas semanas, em um debate (que deveria ser meramente político, de propostas para o município) entre os postulantes à Prefeitura da cidade vizinha, Jaboatão dos Guararapes.
Entre os candidatos presentes, dois que se consideram cristãos praticantes: um deputado federal, autor da Lei do Estatuto da Família, e outro pastor protestante; mais um terceiro candidato, apoiado pelo Governo do Estado, do PSB, que não declarou a religião a que pertence.
Em dado instante, o do PSB instigou o deputado federal cristão sobre a sua vida pessoal, matrimonial: “Como uma pessoa, que fala tanto em família e é o autor do Estatuto da Família na Câmara dos Deputados, encontra-se no terceiro casamento, vindo de divórcios?”.
O debate na rádio deveria ser meramente político, mas que terminou discorrendo para uma questão pessoal, moral, teológica. O candidato do PSB viu, no estado civil do deputado Federal, uma oportunidade de revelar-lhe um suposto estado de incoerência à sua fé e àquilo que tanto defende.
Para amarrar indiretamente a sua tese da dissolubilidade do primeiro casamento somente na morte, o candidato do Governo ainda exemplificou que estava, há mais de 20 anos, casado com a mesma esposa, embora não fosse considerado cristão pelos protestantes.
Naturalmente, quando uma pessoa não conhece a Palavra de DEUS verdadeiramente, todos os pecados cometidos por ela são reflexos de um estado de ignorância espiritual. Ela desconhece, por exemplo, a doutrina de JESUS e dos apóstolos de que só a morte desfaz a primeira aliança e que qualquer outra relação sexual, enquanto os primeiros cônjuges estiverem vivos, tornar-se-á em uma união adúltera.
A cegueira espiritual impossibilita a pessoa de entender e, principalmente, viver o que está escrito na sã doutrina; e ela passa a buscar continuamente a felicidade nos braços de outro, especialmente quando o seu casamento, aos olhos humanos, não tem mais esperança de ser restaurado. Porém, depois de um tempo, essa pessoa, antes considerada ignorante, “aceita JESUS” em algum templo protestante. Mas ela já está no terceiro casamento, contraído no tempo em que não conhecia os conselhos de DEUS.
O que ela deve fazer agora? Desfazer-se de uma relação ilícita aos olhos de DEUS, a qual, em muitos casos, até já se tem filhos envolvidos? Ou permanecer do jeito que está, visto que tudo foi feito no tempo da ignorância e que JESUS já perdoou os pecados passados dessa pessoa? É óbvio que, dentro de uma perspectiva popular, a segunda opção seria quase a unanimemente acolhida.
O pastor protestante candidato, quando também foi instigado sobre o assunto, respondeu que, no passado, fora drogado, não conhecia a CRISTO, teve filhos de casamento anterior; e que, depois que “aceitou JESUS” se casou com a atual esposa. Muitos conselheiros religiosos dirão: “cada caso é um caso; e deve ser tratado dentro da especificidade de cada um”. Eu defendo que todos os casos devem ser solucionados à luz da sã doutrina de DEUS, presente em todo o Testamento da Graça.
Bem, eu entendo o seguinte; e aqui se trata de uma mera exposição humilde de minha fé, daquilo que vejo, na Palavra, ser o correto; e não um julgamento: se JESUS, antes de eu conhecê-LO, me dizia que o meu estado civil (segundo ou terceiro casamento vindo de um divórcio) era adúltero; depois de eu conhecê-LO, ELE não me dirá diferente; mas continuará afirmando a mesma coisa para mim (a doutrina de DEUS não muda por conta de culturas ou porque uma pessoa conhece ou não a conhece).
A diferença era que antes eu não O ouvia, não O tinha dentro de mim, não O temia, e, por isso, vivia do jeito que queria, na minha maneira errada de pensar. Mas, depois que O conheci verdadeiramente, precisei abrir mão de minhas vaidades, do meu querer; destruir tudo aquilo que construí errado antes, matar completamente o meu EU, carregar uma cruz diária e passar a obedecê-LO.
Eis, assim, alguns mandamentos importantes que poucos dão importância nos tempos atuais: NEGAR O PRÓPRIO EU, SUPORTAR UMA CRUZ DIÁRIA E SEGUIR A CRISTO EM TOTAL OBEDIÊNCIA (MATEUS 16:24). É melhor viver só, no caminho para o Céu, embora isso me custe muito sacrifício; do que viver feliz neste mundo e ter minha sentença final direcionada às trevas exteriores. O efeito do perdão de CRISTO sobre os nossos pecados está em confessarmos e abandonarmos, segundo o que está em Provérbios 28:13.
O que está acontecendo é que muitos “aceitam a CRISTO”, na maneira que muitos templos protestantes ensinam; permanecem do mesmo jeitinho que vieram do mundo, e não vivem os três pilares acima de um novo nascimento estabelecidos por JESUS. Conversão, para muitos líderes religiosos atuais, se resume a “aceitar a CRISTO”, fazer a oração do pecador e passar a ser membro de determinada denominação. São cristãos sem nunca terem nascidos de novo.
E muitos até se tornam famosos pelos milagres e profecias que fizeram e fazem no Nome de JESUS. Esses estão como os fariseus e escribas no tempo de CRISTO fazendo proselitismo pelo mundo e formando filhos do inferno duas vezes mais que eles (Mateus 23:15). Mas nunca viveram uma experiência real, genuína, com o Espírito Santo, embora tenham trabalhos sociais elogiados e muito aplaudidos pela imprensa e pela sociedade (leiam o que está em Mateus 7:21-23).
JESUS, de fato, perdoou uma mulher pega em flagrante adultério pelos fariseus e escribas, mas ELE disse a ela: “Eu também não te condeno. Vá e não peques mais” (João 8:11), chamando-a a viver uma vida de santidade, de renúncia do EU, para que o Espírito Santo fosse pleno na vida dela. Nunca mais, lemos nas Escrituras, aquela mulher praticando as velhas coisas que fazia.
Para muitos, o que se sucedeu naquele debate com os dois candidatos protestantes à Prefeitura de Jaboatão fora uma mera acusação explícita do diabo. Na minha humilde visão, fora mais um convite para eles colocarem JESUS e o Reino de DEUS muito e infinitamente acima das pretensões políticas, dos cargos, do poder, de sentimentos e desejos pessoais; de buscarem um momento íntimo com DEUS e de fazerem uma rigorosa avaliação, à luz da Palavra de DEUS, da condição espiritual que se encontram.
Afinal, do que vale o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?, indagou o Nosso SENHOR. Ainda há tempo! Para eles, para mim, para você, leitor, e para todo aquele que se declara pecador e dependente das misericórdias de DEUS. Vejamos o quanto ainda estamos distantes dos conselhos de DEUS e busquemos nos aproximar DELE, enquanto podemos achá-LO; porque sem a santificação, NINGUÉM VERÁ O SENHOR!
No Amor de DEUS,
FERNANDO CÉSAR – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça”; “Antes que a Luz do Sol escureça” e da coleção “Destrua o divórcio antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua o adultério antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua a insubmissão antes que ela destrua seu casamento”. Também é pastor e líder do Ministério Restaurando Famílias para Cristo.
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