“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2).
Há aproximadamente 30 anos, o comportamento da igreja de CRISTO era muito diferente do que é hoje. Os cristãos eram taxados de fanáticos por rejeitarem a cultura e os comportamentos sociais. Não precisava ser jovem nem adulto aquela época para ter conhecimento dessa realidade.
Basta buscar informações através dos arquivos dos jornais ou mesmo conversar com as pessoas mais antigas.
Existia uma parede de separação entre o mundo e a igreja de DEUS aqui na terra, pelo menos no que diz respeito à postura, a concepções, a pontos de vista. Ser crente em JESUS, como disse anteriormente, era sinônimo de fanatismo religioso pelas pessoas do mundo; e de herege pelos seguidores de uma determinada religião tradicional.
Éramos fanáticos e hereges porque éramos radicalmente diferentes do mundo, e, por isso mesmo, muito perseguidos e injustiçados.
Hoje, no decorrer do século XXI, a igreja cristã perdeu o rótulo de fanática e já é aceita pelo mundo e pela igreja romana, que se aproximou dos evangélicos com a justificativa de que juntos, unidos, poderíamos lutar melhor pela paz no mundo. A igreja cristã, salva e remida, aos poucos, foi enveredando por caminhos perigosos, ameaças à fé límpida, pura, incontaminável, com a intenção de fazer com que o mundo chegasse mais perto de JESUS.
A consequência disso foi contrária e catastrófica: o mundo continuou com suas revoluções satânicas e, sutilmente, introduzindo-as dentro da igreja. Quando me refiro à igreja, não cito o templo, a denominação, mas o coração, a fé dos nascidos de novo em CRISTO JESUS. Foi dessa forma que a igreja, atrelada a essa contaminação espiritual, perdeu o título de fanática, louca, insana, herética, perdida. Bons eram aqueles tempos. Explico por quê.
A cultura e o comportamento estão sempre mudando. Tais avanços nem sempre trazem benefícios ao povo de DEUS. Em alguns casos, até poderia admitir (mesmo com a minha “alienação espiritual” reinante, oriunda dos tempos passados), como, por exemplo, o desenvolvimento da tecnologia.
Ninguém seria tão alienado ao ponto de não admitir que as Bíblias em forma de CD-ROM, os notebooks e a Internet, não tenham proporcionado grandes conquistas às pesquisas e aos estudos nos centros religiosos. Aliás, o aparecimento desses Centros de Teologia Cristã também foi herança daquilo que o secular nos apresentou como bom fruto.
Mas não poderíamos jamais nos esquecer das palavras do apóstolo Paulo: “não se conformem com tudo o que o mundo lhes apresenta; antes, transformai”. Não podíamos ter desmerecido tão grande e precioso conselho, que nos fortaleceria no processo de santificação. Em outras palavras, Paulo mandou que tivéssemos cuidado para não invejarmos aquilo que a cultura e o comportamento seculares têm por normais: “vocês, filhos de DEUS, separados pelo Amor de CRISTO, devem ser diferentes do mundo”.
Houve muitas outras advertências, na Bíblia Sagrada, para que os filhos de DEUS não se misturassem com o mundanismo: “Sabemos que somos de Deus e que todo o mundo está no maligno” (1 João 5:19); “Vós sois a luz do mundo” (Mateus 5:14); “e o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera” (Mateus 13:22); “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” (Mateus 16:26); “E dizia-lhes: vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo” (João 8:23); “o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós” (João 14:17); “Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece” (João 15:19); “(…) no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (João 16:33).
Está muito clara a oposição radical entre o mundo, esse sistema entregue ao pecado, ao diabo e seus anjos, e o Reino de DEUS. O povo, separado por JESUS, remido pelo Seu Sangue, existe para influenciar o mundo, rejeitar as suas obras, e não ser influenciado por ele.
E muitos são os exemplos na Bíblia das pessoas de DEUS que rejeitaram as coisas do mundo e, por esse motivo, perderam até suas vidas, por obediência à Palavra Santa. Hoje quem estaria disposto a isso?
João Batista perdeu a cabeça, literalmente dizendo, por denunciar o adultério, um segundo casamento do rei Herodes: “Porquanto o mesmo Herodes mandara prender a João e encerrá-lo manietado no cárcere, por causa de Herodias, mulher de Filipe, seu irmão, porquanto tinha casado com ela. Pois João dizia a Herodes: não te é lícito possuir a mulher do teu irmão” (Marcos 6:17-18).
Ora, Filipe, legítimo marido de Herodias, estava vivo quando da ocasião na prisão de João Batista, vindo a falecer somente quatro anos depois. João se opôs ao que era comum no mundo, orientou o rei na Palavra de DEUS, e mesmo assim teve a cabeça levada como prêmio.
Mas a igreja, diferentemente do que fez João Batista, vai aceitando como normal, pelo menos depois de algum tempo, o que o sistema mundano cria.
Por exemplo, a igreja se escandalizou e foi às ruas quando o Supremo Tribunal Federal, em maio de 2011, considerou como legal a união estável entre pessoas do mesmo sexo, dando-lhes direitos iguais a um casamento entre heterossexuais.
No mesmo período, houve várias manifestações de religiosos no Brasil contra o PL 122, que dá livre acesso aos pares homossexuais nas igrejas, celebrações, e pune quem os advertir por tais atos. Mas não custa lembrar que essa mesma igreja posicionou-se de forma contundente quando da aprovação da Lei 6.515, de 26 de dezembro de 1977 (de autoria do Senador baiano Nelson Carneiro), que instituiu o divórcio no Brasil.
Uma Lei que, pelos ensinamentos de JESUS, é perversa e diabólica, porque dá direito à pessoa a se divorciar e a se “casar” outra vez, tornando-a adúltera. Para os grupos feministas e liberais, um avanço. Para os cristãos, seguidores da Palavra de DEUS, uma obra do mal, que visa a destruir a principal instituição criada por DEUS: a família.
Hoje, a igreja se coloca do lado de quem celebra a cabeça de João Batista sendo entregue em uma bandeja, em um bacanal em favor de uma adúltera, e solta fogos para o rei Herodes. João Batista, o homem que mereceu de JESUS talvez as mais profundas e belas palavras elogiosas que se poderia fazer a um que foi tão santo quanto mortal: “Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista (…)” (Mateus 11:11).
É absolutamente normal se casar, divorciar-se e, logo em seguida, contrair novas núpcias, com o consentimento das lideranças que se revestem da autoridade de DEUS, para aprovar tal absurdo. Na verdade, os papéis se inverteram: o errado da história foi João Batista, quando expressou para o rei a vontade de DEUS em relação ao casamento; e o certo, o justo, o rei.
Afinal, quantas pessoas já se divorciaram e se deram em “casamento” com outras pessoas, abafando a voz de CRISTO que taxa tal procedimento de adultério?
Da mesma forma que esses falsos pastores, hipócritas (pois dizem defender a indissolubilidade familiar, ao mesmo tempo em que admitem o adultério no meio da igreja), atualmente celebram segundo “casamento” de divorciados, um dia também estarão formalizando, na igreja, a união entre pessoas do mesmo sexo. E essa não é nenhuma profecia do diabo nem algum extremo pessimismo, mas a pura realidade, na visão de alguém que enxerga a hipocrisia e a heresia contaminarem doutrinas e assiste, tristemente, à corrupção tomando conta da maioria das igrejas ditas cristãs.
Quero deixar bem claro que, em 1977, católicos e evangélicos estavam unidos em prol do mesmo propósito, ou seja, contra a aprovação da dita Lei. Hoje, para fazer justiça, o líder maior do Catolicismo Romano, o Papa Bento XVI, foi o único que veio a público dizer, com muita coragem, que não admite jamais que nenhum sacerdote católico promova celebrações em que pelo menos uma das pessoas seja divorciada.
Bento XVI exclamou em alta voz: “é adultério!” Quem mudou de lado não foram as lideranças católicas, que se mantiveram sozinhas em prol da indissolubilidade matrimonial, mas a maior parte da igreja que se diz cristã. Que vergonha!
No passado, hereges, fanáticos, loucos, alienados, eram todos aqueles que se colocavam contrários às decisões mundanas, e que, repito, foram presos, torturados, e até perderam as suas vidas por amor à Palavra de DEUS.
No presente, quem anda na contramão dos acontecimentos satânicos está no lado oposto da igreja corrompida, que apenas professa a JESUS com os lábios, e essa mesma pessoa é tida como arcaica, fora de moda, antiquada, retardada, porque, dentre outras coisas, espera em DEUS, pela restauração da sua família. Eu, assim como João Batista, não uso a máscara da incoerência nem do medo; tenho uma só posição e bem radical, amparado na certeza daquilo que o Espírito Santo me orienta: casamento para DEUS é um só.
Não abro mão disso, ainda que eu seja o mais fanático dos fanáticos, o mais louco dos loucos, o mais alienado dos alienados; ainda que me prendam e ofereçam também a minha cabeça a prêmio, como fizeram com João. Nada disso me preocupa, pois, assim como disse o meu SENHOR JESUS CRISTO, “o meu reino não é deste mundo” (João 18:36), não é aqui, mas no Céu, de onde espero toda a certeza, toda a manifestação da plena justiça e onde encontrarei o descanso eterno para a minha alma, na presença do meu PAI. Que DEUS nos abençoe!
FERNANDO CÉSAR – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça”; “Antes que a Luz do Sol escureça” e da coleção “Destrua o divórcio antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua o adultério antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua a insubmissão antes que ela destrua seu casamento”. Também é Pastor e líder do Ministério Restaurando Famílias para Cristo.
Prezados, paz e bem!
Tal como João Batista, que permaneceu firme em sua denúncia contra o pecado do adultério (ação do maligno que tenta destruir as famílias), não sejamos levados por aquilo que o mundo prega como “comum”, “normal”, “fruto da evolução”… O matrimônio é para toda a nossa vida, não importe se o mundo tente mostrar o contrário.
Permaneçamos firmes em nosso propósito de restauração de nossas famílias. Sabemos que é pelas forças de Deus que esta graça será alcançada, não deixemos de confiar NELE, pois sem a FÉ como podemos esperar que o milagre aconteça? Rezar sem fé é como pedir para chover e não carregar guarda-chuvas quando sair na rua.
Que Deus nos dê a força e perseverança. Amém!
Em Cristo.
LCC
Brasília-DF