“Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa. Porventura tendo Ele dito não o fará, ou tendo falado não o realizará?” (Números 23:19)
O título e o versículo de abertura desta reflexão apresentam uma aparente contradição: como seria Deus capaz de dizer algo e não cumprir se um dos seus atributos é a de ser infalível? É sobre a infabilidade do DEUS Todo-Poderoso que vamos dissertar neste estudo, utilizando algumas passagens bíblicas que servirão de embasamento às afirmações ora propostas.
Quando o rei de Gerar, Abimeleque, quis tomar para si Sara, esposa de Abraão, pela impressionante formosura dela, DEUS o apareceu em sonho e lhe fez uma dura advertência: “(…) eis que morto és por causa da mulher que tomaste; porque ela está casada com marido” (Gênesis 20:3). Observe bem que DEUS não levantou nenhuma hipótese do tipo “se tomares para si a Sara, esposa de Abraão, certamente serás um homem morto”; ao contrário, ELE fez uma afirmação já em forma de sentença “eis que morto és”. Ou seja, o rei já estava morto mesmo antes de executar seu intento. A contundência das palavras de DEUS traduz perfeitamente o cuidado, o zelo, que o Criador dos Céus e da terra tem com a família e o casamento. Além do mais, é sabido de todas as promessas que DEUS haveria de cumprir na vida de Sara e de Abraão. E durante o percurso da vida de ambos, claro que o Senhor não abriria mão de suas promessas nem mesmo mudaria de ideia por mais que uma densa nuvem desnorteasse o caminhar desses patriarcas. DEUS prometeu; então ELE há de cumprir! Mas logo em seguida, vemos o Senhor mais uma vez se dirigir ao rei com certo grau de afabilidade nas palavras e já com grande possibilidade de Abimeleque viver se, certamente, ele cumprisse com a determinação divina: “Agora, pois, restitui a mulher ao seu marido, pois ele é profeta, e rogará por ti, para que vivas. Mas se não a restituíres, certamente morrerás, tu e tudo o que é teu” (vers. 7) (grifo meu). É evidente que, entendendo todo o contexto dessa história, vamos verificar a inocência de Abimeleque. O enredo é o seguinte: o rei desejaria tomar para si a mulher mais bela do lugar (no caso, Sara) a todo custo. Se essa mulher fosse casada, o rei mandaria executar o marido dela, por isso, enviou soldados até Abraão que, temendo ser morto, preferiu dizer que Sara não era a sua esposa, mas irmã. Sara, também temendo pela vida do seu marido, confirmou tudo e seguiu com os soldados para ser entregue como mulher e esposa do rei. Nesse período, Abraão clamou muito a DEUS, pedindo que o Pai tomasse alguma providência e não permitisse tal coisa. Ele a amava muito! Abraão ficou dias de joelhos só clamando por uma interferência do Senhor. Algum tempo antes, ele passara por uma experiência semelhante: na destruição das cidades Sodoma e Gomorra, orou muito a DEUS pela salvação da vida do seu primo. A Bíblia nos deixa claro que DEUS só salvou Ló porque Abraão orava. Orar por uma causa de justiça é vitória certa: “(…) A oração de um justo é poderosa e eficaz” (Tiago 5:16).
Abraão não só amava a sua esposa, queria-a de volta, como também ele sabia das promessas de DEUS para a vida do casal e sua descendência. Quem tem essa certeza jamais desiste de lutar através das orações. E o mesmo DEUS, que dera aquele decreto de morte, em sonho, para o rei, agora o abençoa grandemente: “Orou Abraão a Deus, e Deus sarou a Abimeleque, e à sua mulher, e às suas servas, de maneira que tiveram filhos, pois o Senhor havia fechado todas as madres da casa de Abimeleque, por causa de Sara, mulher de Abraão” (Gênesis 20: 17-18).
Em outra passagem muito conhecida da Bíblia Sagrada, a Palavra de DEUS agora é um recado direto para o Seu povo, o povo de Israel, através do profeta Jeremias. DEUS, mais uma vez, chama a atenção para a desobediência e a incredulidade dos Seus filhos, usando como exemplo a paciência que um oleiro tem em remodelar uma peça de barro que ele trabalhava cuidadosamente em suas mãos. Cada vez que tentava aprontá-la, a peça quebrava, mas o oleiro cuidava em não desistir, mas fazê-la melhor. Jeremias olhava atentamente o oleiro esculpindo com paciência, aperfeiçoando o pedaço de barro em suas mãos. Não era uma obra pronta, concluída, formosa; mas uma peça ainda em desenvolvimento, em seu processo inicial, sobre rodas, na sua origem. Uma peça que insistia em se quebrar na mão do seu criador, que ele não desistia de trabalhá-la até que ficasse perfeita: “Não posso fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? (…) Como o barro na mão do oleiro assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel” (Jeremias 18:6). Somos como essa porção de barro nas mãos de DEUS. O Amor e a misericórdia dEle por nós é a paciência do oleiro. Como barro, filhos em formação, muitas vezes no leite ainda, sendo amamentados pelo PAI, mas cheios de promessas para a nossa vida e a vida dos nossos descendentes. Eis o motivo porque ELE não nos deixa cair no chão, desmanchar, dissolver, apagar, desaparecer. DEUS nos quer prontos para nos utilizar como vasos de ouro e de prata, santificados, com todo poder e autoridade. O Senhor nos fez grandes promessas. A maior delas certamente é a de morarmos com ELE na Sua Glória Eterna. Mas o Senhor adverte o profeta Jeremias: “se a tal nação, contra a qual falar, se converter da sua maldade, também eu me arrependerei (voltarei atrás) do mal que pensava fazer-lhe” (18:8). “Se ela fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos a minha voz, então me arrependerei do bem que tinha dito lhe faria” (vers. 10) (grifo meu).
Ensinando sobre o perdão aos seus discípulos, JESUS faz uma comparação do reino dos Céus com um rei que quis ajustar contas com os seus servos. Após ter perdoado uma dívida de dez mil talentos de certo homem, o rei desiste de tratá-lo como escravo, perdoa-lhe e ordena que ele seja solto. Esse mesmo homem, já em liberdade, ao se deparar com um outro que lhe devia cem denários, não o perdoou a dívida. Então, um conservo do rei, que vira toda a situação, correu e contou tudo ao rei que, revoltado, mandou que trouxessem de volta o homem que ele (o rei) havia perdoado a dívida; e lhe disse: “(…) servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu igualmente compadecer-te do teu companheiro, como também eu me compadeci de ti? Assim, encolerizado, o seu senhor (voltou atrás do perdão) o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse tudo o que devia” (Mateus 18:32-34) (grifo meu). Quem é o rei nessa comparação? Alguma dúvida que não seja DEUS?
O que essas três histórias têm em comum? O que elas nos ensinam? Primeiramente que DEUS é infalível em seus decretos, mas que dentro desta infabilidade estão o Seu Amor e a Sua Misericórdia. O decreto é de morte a todo aquele que não se arrepender dos seus pecados. Mas o decreto também é de vida a todo aquele que se “…humilhar, e orar e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Crônicas 7:14). Esse sutil “voltar atrás”, esse “não fazer mais o que antes prometera” tem um Nome precioso que é sobre todo nome na face da terra chamado JESUS CRISTO, o Filho do DEUS Vivo!
DEUS que voltar atrás do decreto de morte que está sobre a sua vida em desobediência, cativa ao pecado. Por isso, ELE enviou o Seu único Filho, JESUS CRISTO, para morrer na cruz em seu lugar, assumir uma condição que era sua, para que você creia e saia da morte para a vida eterna. Ainda há esperança! Fazer com que DEUS volte atrás e execute a sua misericórdia através da Graça que é JESUS significa desfazermos os erros, arrependermos, consertarmos o que está errado e prosseguirmos agradando-O. Mas saiba: isso tem de ser de coração, em sinceridade. Atente para isso: a vontade de DEUS é não só acrescentar mais anos a nossa vida como fez com Ezequias (ref. Isaías 38:1-8), mas principalmente de fazer-nos herdeiro das promessas do Reino de DEUS. Que o PAI nos abençoe ricamente!
FERNANDO CÉSAR – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça” e “Antes que a Luz do Sol escureça”. Também é líder do Ministério Interdenominacional Recuperando Famílias para Cristo.
vlw brodeh ………….me ajudo no que eu precisava
que DEUS te abençoe……….
Muito bom, permita-me transcrevê-lo no Cristão da Universal.