Santificação

Santificação é uma palavra, infelizmente, pouco utilizada nos templos religiosos. Quando muito, aparece raramente em alguns sermões, de forma discreta e superficial, mas sem o caráter exortativo para a sua prática e o seu exercício diário.

No princípio de tudo, a santificação nasceu com o primeiro homem e mulher, visto que ambos foram feitos à imagem e semelhança de DEUS, por ELE, e livres do pecado. Depois da queda, os primeiros seres humanos perderam a sua condição de santos e passaram a herdar a semente do pecado em seus espíritos.

Ser santo significa afastar-se de tudo aquilo que desagrada a DEUS; viver uma vida de obediência plena e absoluta. Agora imagine como é difícil manter-se santo em uma época onde o pecado nos rodeia de perto a todo instante e nos convida a abraçá-lo. Para onde olhamos, há o convite explícito e tentador do pecado.

Não só isso, mas a vontade que suscita no coração de querer abraçá-lo. Só através de muito temor a DEUS e um compromisso firmado com ELE diariamente faz o homem vencer todas as manifestações pecaminosas.

O homem se torna santo quando renuncia a velha vida de pecados, o seu EU, e decide viver uma vida agradável a DEUS. Então, ele fecha os olhos para tudo o que é impuro e se mantém de pé diante do PAI. O homem aliançado com DEUS encontra forças para dizer NÃO ao pecado.

Ele é chamado de santo ao se afastar do mundo, das concupiscências e da escravidão pecaminosa. Santo porque o SENHOR JESUS o purificou na cruz do calvário quando derramou o Seu sangue em benefício daqueles que NELE creem e perseveram em agradá-LO. Uma vez tendo recebido o caráter santo e voltado às práticas pecaminosas, esse homem é comparado, na Bíblia, a um cão que, após vomitar o que lhe fazia mal, torna a engolir todo o vômito outra vez:

“Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado. Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama (ref. ao Provérbio 26:11)” (2 Pedro 2:20-22).

Ele perde a coroa de santo e volta a ser dominado pelos espíritos das trevas.

A santificação é uma espécie de prêmio que o homem recebe ao nascer de novo, da água e do Espírito de DEUS. Ela é condição necessária, indispensável, para a pessoa que deseja ser templo e morada do Espírito Santo como também um dia morar no Céu eternamente. Veja o que está escrito no livro aos Hebreus: “Segui e Paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14).

O texto afirma categoricamente que sem a santificação NINGUÉM, por mais religioso que seja, por mais que se ache filho de DEUS, por mais que cumpra as obrigações religiosas em determinado templo, VERÁ O SENHOR, ou seja, habitará na Sua morada eterna. O ser santo corresponde não só buscar uma vida de abstinência aos prazeres do mundo e da carne, como também sofrer por amor ao Evangelho.

A rejeição ao mundo e ao pecado fará do homem santo um ser perseguido não só por seres visíveis como por seres invisíveis (principados e potestades do mal). A santificação possui um duplo dever: primeiro o de JESUS, já cumprido ao morrer na cruz; segundo do homem que O convida a ser SENHOR da sua vida e precisa perseverar dia e noite por um viver santo.

Há muitos que, em um momento da vida, olharam para o sacrifício vicário do SENHOR e O confessaram com os lábios; mas que, com o tempo, voltaram a viver desleixadamente, entregue as coisas do mundo e ao pecado; pior, sem perceberem que estão caídos e enganados.

São pessoas que pensaram que o gesto inicial de confessá-LO como SENHOR era suficiente, que a santificação era uma manifestação isolada e externa do desejo de ser de CRISTO.

A exortação pela santificação está em toda a Bíblia, como princípio cristão indispensável: “Santificai-vos porque amanhã fará o SENHOR maravilhas no meio de vós” (Josué 3:5); “Portanto, santificai-vos, e sede santos, pois eu sou o SENHOR vosso DEUS” (Levítico 20:7); “Mas como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pedro 1:15-16).

DEUS exorta os Seus filhos a serem santos sempre, lembrando-lhes que ELE é o SENHOR de suas vidas; que, sem a santificação, eles perdem a condição de filhos e DEUS deixa de ser SENHOR deles.

O apego à obrigação religiosa de ir aos cultos e missas tem afastado as pessoas da principal ordenança que DEUS lhes deixou: a busca diária da santificação. Muitos fizeram do compromisso nos templos religiosos como condição suficiente para que sejam salvos. E irão ter uma desagradável surpresa no Grande DIA: os que se achavam santos vão se encontrar sujos e perdidos, segundo o que está escrito em Mateus 7:21-23.

Assim como o verdadeiro louvor, o caráter santo vem das lágrimas derramadas de um coração contrito e temente a DEUS. O sorriso esconde quem de fato somos, engana-nos e nos coloca em uma condição espiritual de acomodação.

É por isso que é sempre bom e necessário meditarmos nos conselhos escritos pelo apóstolo Tiago em sua Carta: “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores, e vós, de duplo ânimo, purificai os corações. Senti as vossas misérias, e lamentai, e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo em tristeza. Humilhai-vos perante o Senhor, e Ele vos exaltará” (Tiago 4:7-10).

Eu poderia aqui transcrever muitas outras passagens bíblicas sobre o tema, mas prefiro que o Espírito Santo toque a sua vida com o que foi dito escrito aqui e transforme-a.

Como santos, resgatados do mundo e da escravidão do pecado pelas mãos de Amor do SENHOR, busquemos ardentemente em nossa alma o desejo de agradá-LO dia e noite.

Não há outro jeito nem outro caminho, mas só através do arrependimento e da mudança de vida, perseverando em um elemento chamado SANTIDADE, que iremos nos aproximar de DEUS e sermos chamados para morar com ELE em Seu Reino; abandonando toda a hipocrisia, falsidade, mentira e religiosidade.

Que o SENHOR nos abençoe e nos encontre com o espírito quebrantado!

No Amor de DEUS,

FERNANDO CÉSAR – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça”; “Antes que a Luz do Sol escureça” e da coleção “Destrua o divórcio antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua o adultério antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua a insubmissão antes que ela destrua seu casamento”. Também é pastor e líder do Ministério Restaurando Famílias para Cristo.