“Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis, porém, a liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor” (Gálatas 5:13).
No livro que escrevi “Não mude de religião: mude de vida” (Edições Livro Rápido, 2002) reservei alguns capítulos para fazer uma abordagem sobre a liberdade humana; e, um deles trata especialmente do tema do “livre-arbítrio”. Desde que passei a frequentar igrejas evangélicas, ouço pregadores falarem que DEUS dotou o homem dessa qualificação. A tal palavra virou febre nacional, tornou-se um contágio e está na boca de todos, cristãos e não cristãos, mesmo que não saibam o seu real significado. “Livre-arbítrio” é utilizado para justificar todas as atitudes humanas, sejam elas boas ou más. Ultimamente, então, face à liberalidade com que tomou conta do mundo, a sua utilização se tornou de uma frequência impressionante.
Ao analisar percucientemente o significado desse termo, iremos encontrar um grande equívoco, destoante com o sentido que querem oferecer, além dos efeitos negativos que o seu mau uso tem provocado no mundo contemporâneo. Ser livre, em sentido literal e científico, é agir sem impedimento. Arbitrar é decidir sobre todas as coisas; ter poder de decisão plena, absoluta e transformadora. Portanto, a expressão “livre-arbítrio” é aquele ou aquela que usa a sua liberdade sobre um poder de decisão ilimitado, não podendo, entretanto, ser utilizada apenas para uma simples troca de roupa, de expressão de pensamento ou de locomoção. Como ilustração, poderíamos utilizar a figura de um árbitro numa partida de futebol: ele, sim, mais que os jogadores, tem poder pleno de apitar sobre o que achar que é certo ou errado durante um evento esportivo. Observe que, ainda assim, há situações que limitam o seu poder de arbitrar: as dimensões do campo (ele não pode agir fora dele) e a sua limitação humana (um juiz de futebol pode apitar uma penalidade inexistente, confirmar um gol ilegal, mas não pode, por exemplo, num dia de muita chuva, parar a partida por alguns instantes e fazer com que o sol apareça).
O conceito “livre-arbítrio”, dessa forma, não deveria nem poderia jamais ser aplicado ao ser humano. O que muitos não sabem é que o atributo em destaque é exclusivo de DEUS. Ao homem, ELE dotou de liberdade limitada, livre escolha, poder de decisão restrito. E essa não é uma simples questão de nomenclatura. Quando dissemos que DEUS dotou o homem de “livre-arbítrio” estamos recaindo num grave erro: desejamos elevar o homem à mesma soberania e ao mesmo nível de DEUS; perdendo a qualidade de criatura limitada e imperfeita, de servos para a condição de Criador e Senhor; tornando-nos igual ao PAI. Esse foi o pecado da rebelião causado e promovido por lúcifer, quando ainda era um arcanjo de DEUS: “Tu dizias no teu coração: eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do norte. Subirei acima das mais altas nuvens; serei semelhante ao Altíssimo” (Isaías 14:13-14).
Na Bíblia Sagrada, a palavra liberdade só tem validade adequada e agradável ao homem quando relacionada a outras duas: responsabilidade e obediência. Quando o homem utiliza mal a sua liberdade, ele recai num ato de irresponsabilidade e de liberalidade, e, por conseguinte, termina por renunciá-la. Do ponto de vista cristão, o homem é livre e responsável pelas suas atitudes. DEUS lhe deu recursos para viver, mas o homem tem que decidir sua vida, imaginá-la e projetá-la. A palavra “obediência” é evidentemente valiosa, mas, claro, a obediência livre, espontânea, conscientizadora. Não esqueçamos as palavras de CRISTO ante a sua paixão, quando pede ao PAI que se for possível, afaste delE o cálice, para complementar: “(…) Todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mateus 26:39). Viver em liberalismo é provocar a tolerância de DEUS. É antecipar uma Justiça divina, de consequências tristes, que DEUS não gostaria de executá-la, porque por Amor, a Sua vontade é de que todos alcancem a salvação por meio de CRISTO JESUS. DEUS, o Eterno Juiz, julga as obras que produzimos em nossa liberdade e nos dá sinais desse julgamento. Vejamos as constantes tragédias que já ocorreram e ocorrem ao longo do tempo: “Tsunamis”; “Katrina”; avalanches, terremotos, seca, tornados, fenômenos naturais destruidores, que nem o poder econômico dos países nem seu desenvolvimento tecnológico têm capacidade de impedir. O que o homem produz, ele mesmo colhe. Assistimos a toda destruição a olhos nus, quase instantaneamente, estupefatos, diante dos aparelhos de televisão. Tudo como consequência natural da desobediência. No passado, DEUS destruiu as cidades de Sodoma e Gomorra: “olhando para Sodoma e Gomorra, e para toda a terra da planície, viu que subia da terra fumaça como a de uma fornalha” (Gênesis 19:28). Quantos habitantes ali havia e se negaram a ouvir a Palavra de DEUS através de Ló? Quantos morreram queimados pelo enxofre que caiu do céu? Até hoje, no chão onde as cidades foram erguidas não cresce nem um mato sequer; é terra amaldiçoada. E o dilúvio que sobreveio sobre a terra no tempo de Noé durante quarenta dias? Não fora também pela desobediência do homem? “Viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra, e que toda a imaginação dos pensamentos do seu coração era má continuamente. Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra, e isso lhe pesou no coração. (…) Então disse Deus a Noé: o fim de todos os seres humanos é chegado perante mim, pois a terra está cheia da violência dos homens. Destrui-los-ei juntamente com a terra” (Gênesis 6: 5-6 e 12).
Acaso, o DEUS de hoje não é o mesmo dos tempos de Ló e Noé? Paralelo e contraditoriamente o mundo está repleto de religiões: são quase duas mil e a cada dia vão surgindo mais e mais com seus líderes, livros sagrados e seus rituais, as quais não conseguem ter um efeito prático na diminuição da miséria e da destruição humana. Não é estranho, isso? Proclamamos o nosso amor a DEUS, mas ousamos viver uma liberdade sem temor a Sua Palavra, sem renúncia e sem arrependimento de pecado. Ora, o pecado é o que diminui o tempo de vida e por efeito final a retira, causando a morte espiritual. JESUS disse: “se alguém vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me. Pois aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas quem perder a sua vida por amor de mim, acha-la-á” (Mateus 16:24-25). DEUS não se importa com os cultos religiosos nem com os sacrifícios: “aquele que oferece sacrifício de louvor me glorifica, e aquele que bem ordena o seu caminho eu mostrarei a salvação de Deus” (Salmos 51:23). DEUS não se engana com as palavras que saem de nossa boca porque ELE e somente ELE conhece o nosso coração: “Ó Senhor, tu me sondaste e me conheces. Tu conheces o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar, conheces todos os meus caminhos. Sem que haja uma palavra na minha língua, ó Senhor, tudo conheces” (Salmos 139:1-4). DEUS não quer saber se a Bíblia está sobre uma estante aberta nos Salmos 23 ou 91 ou que você sabe esses textos decorados. O que DEUS espera do homem é que ele viva a sua liberdade condicionada em obedecê-LO. A obediência o faz reconhecer-se pecador, necessitado de DEUS e arrependido: “desde então começou Jesus a pregar: arrependei-vos, pois está próximo o reino dos céus” (Mateus 4:17). DEUS não se deixa enganar com os diversos envolvimentos do homem com as atividades em templos religiosos. ELE nos deixou dois elementos essenciais à vida eterna: a liberdade de escolher e a responsabilidade em aceitar a Sua Palavra; possibilitou-nos a regeneração através do Seu Filho JESUS e tem multiplicado o número de missionários pelo mundo para que através deles muitas vidas venham a ser libertas pelo Seu Poder.
Olhem atentamente para a devastação e o retrato triste deixados pelos fenômenos naturais em todo o mundo. É como se assistíssemos a destruição de Sodoma e Gomorra diante de nós. Lembrem-se da tragédia do maremoto causado pelos “Tsunamis”, do número de mortos e do rastro de abandono. Não se cansem de olhar para a fome e miséria no continente africano; para a escassez de chuva e de comida no Nordeste brasileiro, que tem ceifado a vida de milhares. E saibam que tudo é consequência dos atos irresponsáveis do ser humano mediante a liberdade que dispõe: depravações, carnaval, bebedeiras, fumo, rancor, impiedade, adultério, homossexualismo, corrupção e infinitos tipos de violência. E o pior de todos: achar que a religiosidade e que homens são capazes de perdoar pecados. O homem usa a sua liberdade para a autodestruição. Esse mesmo homem, ao desobedecer a Palavra de DEUS, afirma: “eu tenho liberdade para fazer o que acho que é certo”.
Porém, a liberdade limitada do homem não resiste ao Poder Supremo de DEUS. É o SENHOR DOS EXÉRCITOS que muda o tempo e as horas, quebra os corações mais duros e muda os pensamentos do homem. DEUS prova que somente ELE é SENHOR e SOBERANO sobre todas as coisas, que “nenhum dos seus planos pode ser impedido” (Jó 42:2). DEUS permite um desobediente andar com a sua liberdade até um certo limite. DEUS permite a um homem chegar ao mais profundo escalão do pecado para que a glória DELE seja manifestada. Ao final da história, DEUS prova que ELE é cada vez mais DEUS e que o homem é cada vez mais nada.
Quando seus olhos não suportarem mais tamanha dor, lembrem-se de olhar para o alto e vejam que, do céu, reside a fonte de toda esperança e Poder Maior: JESUS CRISTO. De Suas mãos escorre o tesouro mais valioso que o homem poderia encontrar na terra: o Sangue que apaga todos os pecados e proporciona uma nova vida. Dos seus braços abertos, a certeza de que de fato somos livres, mas livres para Amar, para obedecê-LO e entender a vida da maneira mais livre, plena e maravilhosa possível. Que DEUS nos abençoe!!
FERNANDO CÉSAR – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça”; “Antes que a Luz do Sol escureça” e da coleção “Destrua o divórcio antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua o adultério antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua a insubmissão antes que ela destrua seu casamento”. Também é líder do Ministério Famílias para Cristo.
Meu irmão!
Quão maravilho é o uso de Deus em ti.
São Palavras cheias da presença do DEUS VIVO.
Glórias ao DEUS ALTÍSSIMO.
Amém!
A Paz! Irmão tornei-me leitora assídua desses Textos e tenho aprendido muito Deus Abençoe! São tremendos e de Deus.Parabéns!