O caminho mais rápido de ver a transformação no outro é sermos aquilo que gostaríamos que o próximo fosse. Até porque desejar sem ser recairia em pura hipocrisia e incoerência; e ser sem desejar seria um ato de extremo egoísmo.
No alto de sua fé e coerência, o apóstolo Paulo certa vez exclamou à igreja em Corinto: “Sejam meus imitadores, amados irmãos, como também eu sou imitador de Jesus Cristo” (1 Coríntios 11:1). Essa expressão se coaduna perfeitamente com aquilo que JESUS havia ensinado muitos anos antes: “Tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas” (Mateus 7:12).
Ora, há muitas pessoas cobrando ou esperando do outro aquilo que nem mesmo elas são. É uma exigência vazia. Não verão frutos; e se virão, esses frutos logo vão perder o vigor nas mãos de quem não teve capacidade de vivê-los. Primeiro precisamos ser de JESUS para depois espalharmos a boa semente e esperarmos o dia da colheita.
Essa relação entre ser e desejar cabe a todas as áreas do relacionamento humano; mas, especialmente, entre cristãos e não cristãos. Os que se dizem de JESUS precisam ser, antes de desejarem que os não cristãos se tornem do SENHOR.
À medida que nos esforçamos para caminhar com JESUS, mais o Espírito Santo vai apressando a obra de restauração na vida de quem nós gostaríamos que andasse com o Filho de DEUS. Essa é a dádiva maior, o puro reconhecimento que vem dos Céus: pela obediência dos Seus filhos, o SENHOR vai trabalhando na vida daqueles que eles gostariam de ver libertos.
Há muitos lares sendo destruídos pela incoerência na educação que professam. Maridos cobrando demais das esposas aquilo que eles mesmos não são; e vice-versa; pais exigindo dos filhos um caráter que eles não têm. Esse é o modelo de educação vazia, sem consistência alguma, autoritária.
Conheço muitas mães, que se dizem cristãs, repudiadas pelo marido, que gostariam que seus filhos fossem cristãos, tementes a DEUS, e muito obedientes a elas. Mas essas mães não cumprem seu dever de submissão à luz da Palavra de DEUS; são rixosas e desobedientes.
Não verão os frutos desejados, se não mudarem a realidade do seu caráter. O sábio Salomão aconselhou: “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele” (Provérbios 22:6). Educar o próximo em algum caminho pressupõe que o educador já o conheça e caminhe por ele, seja fiel cumpridor.
O próximo tem que ver em nós aquilo que gostaríamos que ele fosse. Portanto, a melhor forma de mandar um filho orar é se colocar de joelhos em oração continuamente na frente dos filhos.
Portanto, o ditado popular “Não faça o que eu faço, mas faça o que eu digo” é extremamente diabólica, maligna e autoritária. No máximo, os filhos vão fazer (quando fizerem) por medo, e enquanto estiverem apenas debaixo da dependência dos pais.
Depois que se tornarem independentes, viverão as suas vidas fazendo aquilo que acham que é certo, enveredando-se nos caminhos da perdição.
Por exemplo: como desejar uma futura geração não corrompida, cheia dos bons princípios, segura, se a geração atual não contribuir com boas sementes? Especificando: como desejar que os nossos filhos, futuras gerações, se casem e sejam felizes no casamento até a morte, imunes a separações, repúdio, traições, adultério (segundo casamento de pessoa divorciada, segundo DEUS), se contribuímos com essas coisas na atualidade?
Com que autoridade moral e espiritual, um pai, por exemplo, pedirá ao filho no futuro “não se separe porque isso não vem de DEUS”, se ele se conformou com a separação da esposa, não buscou a restauração e ainda se casou de novo no Civil, depois de divorciado dela? Na verdade, muitos estão colocando filhos no mundo para servirem a satanás no futuro.
Esse é o “amor” que muitos pais têm pelos seus filhos; destruindo a vida dos mesmos, exigindo deles uma educação e um caráter vazios, incoerentes. Um filho ouvirá melhor seu pai, se a vida deste fora baseada na conduta da justiça e da verdade.
Lembro-me de alguns cultos de oração que realizamos nos lares. Dentre os irmãos, estava um pai e sua filha de apenas 2 aninhos. Quando todos os irmãos dobravam os joelhos para orar, logo aquela criança fazia o mesmo, sem que ninguém mandasse.
E, assim, ela se tornou uma criança de oração, orando de forma singela e pura, do seu jeito, mas bem recebida por DEUS.
Embora muito imperfeito, o apóstolo Paulo era um homem que perseverava na sua santidade e no temor a DEUS, que o ungiu e o capacitou para ser líder das igrejas cristãs primitivas. Suas Cartas, além de serem manuais da boa e perfeita instrução, eram acima de tudo reflexo daquilo que Paulo era e vivia.
Ele podia clamar e pedir: “Sejam em tudo obedientes a DEUS e as autoridades que ELE constituiu”, porque a sua vida era regrada a essa obediência.
O segundo grande Mandamento de DEUS, segundo JESUS, é: AME O PRÓXIMO COMO A TI MESMO. Primeiramente, precisamos amar a nós mesmos, colocando-nos em uma posição de submissão e obediência a DEUS; precisamos ser transformados pelo Seu Espírito, para, somente assim, estarmos preparados, em coerência, para amar o próximo.
Costumamos olhar muito para a vida alheia. Mas quando DEUS olha para a nossa vida, o que ELE vê? Como ELE nos vê? São perguntas que precisam ser feitas e respondidas em sinceridade de coração.
A educação pela incoerência gera frutos bons temporários e frutos maus permanentes. A educação pelo testemunho produz apenas frutos bons e permanentes. É como uma raiz forte, inquebrável, dentro do outro.
Há duas virtudes humanas que muito me constrangem a ser melhor: a obediência e o carinho. Esses dois frutos injetados na minha vida logo produzem resultados perfeitos; e anulam qualquer sentimento maligno em meu coração. Todas às vezes o mal foi vencido dentro de mim pelo AMOR que o SENHOR me amou e me ama, o amor da igreja, dos irmãos.
Hoje sinto grande prazer em obedecê-LO porque, quando olho para a cruz, me imagino lá e vejo tão perfeita obra que o SENHOR cumpriu em meu lugar. A obediência à morte de cruz deveria constranger igualmente toda a igreja a ser melhor a cada dia, a buscar as mudanças.
O testemunho vale mais que mil palavras. Pedro escreveu que as esposas cristãs ganhariam seus maridos ímpios, de boca fechada, apenas com o bom procedimento delas, considerando suas vidas castas, em temor (1 Pedro 3:1-2).
Maridos sinceros, obedientes a DEUS, também verão a transformação na vida de suas esposas. A Santa Palavra ordena: “AMEM AS SUAS ESPOSAS COMO CRISTO AMOU A SUA IGREJA” (Efésios 5:25). E aqui vai um segredo e uma esperança para os maridos cristãos repudiados, que lutam pela restauração do seu casamento: JESUS AMOU A SUA IGREJA MESMO ANTES DE ELA SE TORNÁ-LA IGREJA; mas que, pelo poder do Seu testemunho e obediência, ela se fez igreja (ação do Espírito Santo através da obediência do Filho).
Por isso, os maridos precisam amá-las, antes mesmo da conversão delas; e independentemente se elas estão fisicamente ao lado deles ou não. Hoje, o que se chama igreja, no momento da crucificação de JESUS, era filha do mundo, escrava do diabo, e vivia desgarrada do SENHOR.
Como Pastor e líder de uma igreja e de um Ministério de Restauração Familiar, preocupo-me mais em olhar para os irmãos, que caminham comigo, suas atitudes e caráter, do que para os seus cônjuges.
Ensinando a ser igreja perfeita aos olhos de DEUS, em estado de plena submissão, obediência e maturidade espiritual, sei que muito apressadamente seus cônjuges virão libertos e transformados pelo SENHOR, porque há uma promessa de DEUS sobre a vida deles.
Que o SENHOR nos ajude a tirar completamente a trave do pecado e da desobediência, que está sobre nossa vida, antes mesmo de termos esperança de não vermos mais cisco algum nos olhos de quem gostaríamos de ver salvos em CRISTO JESUS.
FERNANDO CÉSAR – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça”; “Antes que a Luz do Sol escureça” e da coleção “Destrua o divórcio antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua o adultério antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua a insubmissão antes que ela destrua seu casamento”. Também é pastor e líder do Ministério Restaurando Famílias para Cristo.
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