Ouço aquela frase de um rosto alegre, aliviado de uma mulher. Afinal, depois de 12 anos vivendo um casamento debaixo de muito sofrimento e de 1 ano divorciada do agora ex-marido (para a lei dos homens), ela pôde, finalmente, ter a sensação de que aquele casamento havia chegado ao fim, com a decisão do ex- de recomeçar a vida sentimental ao lado de outra mulher.
Ele a procurou para pedir a certidão do divórcio. Parecia firme e seguro em sua decisão. Foi uma atitude surpreendente. Até porque, depois que ela decidiu sair de casa por não aguentar mais tanta opressão e correr atrás do divórcio, o marido demonstrou revolta, ira, em não querer manter, sequer, um canal de comunicação com a legítima esposa.
O que para aquela mulher era motivo de alívio e de alegria, para mim, tornou-se motivo de preocupação extrema.
Após o fracasso do primeiro casamento de ambos, aventurar-se em uma nova relação nunca será uma escolha correta. Tanto o marido quanto a esposa, após se divorciarem, deveriam, sim, buscar a reconstrução interior: emocional, psicológica e, principalmente, espiritual.
Nunca defendi a manutenção de uma convivência conjugal sofrível; porém, a decisão pelo segundo casamento traz consequências espirituais trágicas a médio ou a longo prazo, visto que se trata de uma morte espiritual disfarçada de felicidade, além de ser contra os princípios do SENHOR DEUS.
Segundo casamento de pessoa divorciada, para DEUS, é adultério. JESUS tanto abomina o adultério verificado durante o primeiro casamento de ambos como o adultério que se consolida em um segundo casamento, após o divórcio, chamado de adultério continuado.
Para DEUS, o único motivo justo, que suscita a possibilidade para um segundo casamento de uma pessoa, é a morte do seu cônjuge, quando esta se torna viúva (Romanos 7:2-3 e 1 Coríntios 7:39).
A possibilidade de ocorrer uma separação é facilmente verificada na Bíblia, porém, não há um versículo sequer onde DEUS respalde um divorciado a contrair um novo casamento, fora o estado de viuvez.
Daí, imaginando-se que um homem divorciado venha a se sentir muito feliz ao lado de uma nova companheira (a convicção ilusória de que finalmente acertou na escolha), ele estará, na verdade, enveredando em um caminho de morte espiritual, aprisionando-se nas correntes do adultério continuado, disfarçado de felicidade.
Toda tentativa de busca da felicidade em um novo relacionamento, sem antes ter passado por uma reestruturação interior, por um tempo no deserto com DEUS, em uma busca da conversão espiritual verdadeira, leva ao fracasso.
Como sempre escrevi e defendi, deserto não é lugar de sofrimento, de dor, de rememorar imagens tristes, mas uma escola no sentido da obtenção do verdadeiro aprendizado, e uma oficina, no sentido de transformação interior radical. DEUS leva uma pessoa ao deserto com o propósito de transformá-la, fazê-la melhor, de fazer com que ela tenha um verdadeiro relacionamento com ELE.
Mas, infelizmente, não é isso que ocorre. Nem entre os que são declaradamente do mundo, nem mesmo com os que se consideram cristãos e são orientados pelos seus líderes, profundamente carnais, a optarem pelo novo casamento, após o fracasso da primeira união. Você alguma vez já ouviu falar da categoria “crentes sem espiritualidade cristã”?
Pois bem, ela existe e é cada vez mais crescente dentro dos templos religiosos espalhados pelo mundo. Pessoas que, algum dia, por mero formalismo, “aceitaram JESUS” como Salvador de suas vidas dentro de algum templo denominacional, mas que não adentraram na mente de CRISTO.
JESUS foi SENHOR de suas vidas apenas em um momento de emoção em algum culto, mas, depois de algum tempo, elas continuaram fazendo o que querem, vivendo da forma que acham correto, sem a mínima preocupação de mergulharem no conhecimento do SENHOR JESUS. Uma infinidade de líderes está conduzindo uma multidão ao inferno, com a falsa promessa de que os seus seguidores têm lugar cativo no céu.
O apóstolo Paulo foi muito claro e enfático ao afirmar à igreja em Corinto que “adúlteros não herdarão o reino de Deus” (1 Coríntios 6:10). Essa é uma realidade que poucos têm a capacidade e a coragem de digerir.
Ninguém, ao sair da experiência fracassada de um primeiro casamento, sai preparado para enfrentar e manter um outro. Nem se o segundo casamento de pessoa divorciada fosse admitido e aprovado por DEUS. Os cônjuges, que saem do primeiro casamento, encontram-se frustrados, sofridos, feridos, com a estrutura psíquica, emocional, espiritual profundamente abalada.
Quem busca um segundo casamento, após um malfadado primeiro casamento, não faz mal apenas a si mesmo, mas também a outra pessoa envolvida na relação, pois a torna adúltera, segundo as palavras de JESUS: “Qualquer que deixa sua mulher, e casa com outra, adultera; e aquele que casa com a mulher repudiada pelo marido, adultera também” (Lucas 16:18).
De um casamento destruído (se o marido e a esposa buscarem um novo casamento), formam-se quatro adúlteros. Geralmente, quem se envolve com uma pessoa divorciada do primeiro cônjuge, não conhece a Palavra de DEUS nem a realidade ética (o caráter) do homem ou da mulher que está se envolvendo.
Porque a nova pessoa só conhece o que a outra conta, a versão adaptada dele ou dela do fracasso conjugal anterior. Cada um conta o que quer e como quer. Por exemplo: se um marido fez a sua esposa sofrer muito no primeiro casamento, e, após o divórcio, adentrou em um segundo casamento com uma nova pessoa, sem passar pelo deserto citado anteriormente, esse homem, mais cedo ou mais tarde, levará sofrimento à nova “esposa”.
E, assim, fará sofrer tantas quantas ele vier a se relacionar no futuro. Um caráter tortuoso não é consertado com a sequência de relacionamentos que a pessoa venha a ter; mas quando essa pessoa se entrega totalmente a DEUS no deserto. Só o SENHOR pode mudar o caráter de alguém.
Portanto, a notícia de que seu marido ou esposa está prestes a se casar de novo com uma nova pessoa (ou se já se casou) não é motivo de alegria alguma, especialmente se você não quiser mais o casamento com ele ou ela. É motivo de tristeza e de preocupação. Adulterar uma vez ou outra, isoladamente, é bem diferente do viver mergulhado (a) na lama do adultério continuado; embora ambos entristecem o Espírito Santo.
O índice de pessoas que adentraram em um segundo casamento dentro dos templos religiosos é proporcionalmente igual às pessoas que fizeram o mesmo no mundanismo da qual fazem parte.
A Graça de DEUS não ampara ninguém que permanece presa ao pecado: “Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?” (Romanos 6:1-2).
Que o Espírito de DEUS traga a lucidez espiritual da verdade a sua vida, se você foi repudiado (a); e a você que já optou por um segundo casamento. O mundo mudou, é verdade.
O número de primeiros casamentos destruídos está incalculável e incontrolável. Mas o DEUS de antes do mundo existir é o mesmo DEUS de agora, o Seu pensamento permanece exatamente inalterado…
No Amor do PAI,
FERNANDO CÉSAR – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça”; “Antes que a Luz do Sol escureça” e da coleção “Destrua o divórcio antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua o adultério antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua a insubmissão antes que ela destrua seu casamento”. Também é pastor e líder do Ministério Restaurando Famílias para Cristo.
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