Que privilégio teve Bartolomeu! Ele esteve lá. Quem não gostaria de ter estado no lugar dele?
Mas, afinal, quem foi Bartolomeu?
Por incrível que pareça foi um apóstolo obscuro dentro do Ministério de JESUS.
Ninguém o viu. Ninguém sabe da existência ou da importância de Bartolomeu. Apenas que ele recebeu um chamado especial como outros onze: ser apóstolo de JESUS.
O nome Bartolomeu, referindo-se àquele que recebeu o chamado para ser apóstolo, só aparece duas vezes no Novo Testamento: uma, no exato momento do chamado (podemos ler isso em Mateus 10:3, Marcos 3:18, Lucas 6:14) e se preparando para um culto doméstico com os demais: “E, entrando, subiram ao cenáculo, onde habitavam Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, filho de Tiago” (Atos 1:13) (grifo meu). (Lembrando que cenáculo era o salão construído em cima do andar térreo de uma casa).
Aliás, dos doze inicialmente separados, o Novo Testamento dá mais ênfase e destaque apenas para três: Pedro, Tiago e João. Esses, sem dúvida, eram os mais achegados, os que mais apareciam. Olha o que a Bíblia diz da importância deles dentro do Ministério do SENHOR.
Ressurreição da filha de um principal da sinagoga: “E não permitiu que alguém o seguisse, a não ser Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago” (Marcos 5:37);
Transfiguração no Monte: “E seis dias Jesus tomou consigo a Pedro, a Tiago e a João, e os levou sós, em particular, a um alto monte; e transfigurou-se diante deles” (Marcos 9:2);
Participaram de um momento de angústia do SENHOR: “E foram a um lugar chamado Getsêmani, e disse aos seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu oro. E tomou consigo a Pedro, a Tiago e a João, e começou a ter pavor e a angustiar-se” (Marcos 14:32-33).
É bem verdade que JESUS nunca fez acepção de pessoas, especialmente, tratando-se dos seus apóstolos. Mas, fora esses três, os outros mais conhecidos se chamam: Judas Iscariotes, porque O traiu; e Tomé, que só creu porque viu. E… só!
Pedro ficou conhecido porque vivera muitas experiências com o SENHOR. Era um apóstolo ativo, atuante, participativo, que não tinha medo de desafios; ousado; e que, por causa disso, estava sujeito a sucessos e a fracassos. Foi necessário que Pedro tivesse passado pelo que passou como uma preparação do que viria a acontecer com ele depois da ressurreição do SENHOR. O homem maduro e estruturado espiritualmente que pregou e 3 mil, e depois 5 mil foram convertidos. Pedro, Tiago e João decidiram conquistar o seu lugar privilegiado junto a JESUS. Decidiram não ser como os outros, coadjuvantes, pouco participativos, obscuros dentro de um Ministério tão maravilhoso e especial como era aquele. Um Ministério de grandes lutas, afrontas, mas também de profundas maravilhas e milagres. Viver intensamente ao lado de JESUS. Dispor-se a profundas experiências. Era isso que esses três propuseram entre si.
Hoje não temos mais JESUS homem, materializado em nosso meio. Nem Paulo. Mas temos outros homens ungidos por DEUS, com os quais podemos igualmente amadurecer e crescermos espiritualmente.
Pedro andou sobre as águas e quase naufragou; negou a JESUS em um momento crucial do Seu Ministério; deu brecha ao diabo quando quis evitar o sofrimento do SENHOR; agiu na carne quando extirpou uma orelha de um dos soldados romanos, quando da prisão de JESUS.
João ficou conhecido como o apóstolo mais amado.
Tiago escreveu uma das mais belas páginas do Novo Testamento e deu conselhos seguros à igreja em sua epístola.
Mas, o que fez Bartolomeu?
Infelizmente, atualmente, as pessoas que receberam de DEUS o privilégio de participarem ativamente de um Ministério, não o fazem. A cultura religiosa e maldita dos templos não permite a compreensão verdadeira do que é ser igreja. O que conhecemos hoje como igreja é um amontoado de pessoas que se reúnem passivamente nos templos e não produzem absolutamente nada. São como marionetes. Não se relacionam com a autoridade, os pastores, porque eles próprios se tornam muito inacessíveis a isso. E também muitos não querem se expor, porque é cômodo entrar e sair sempre do mesmo jeito.
Há pessoas, em nosso Ministério, que, infelizmente, são a imagem do inexpressivo Bartolomeu. Muitas das quais próximas a mim, em Brasília, Distrito Federal. Outras, mesmo distante, comportam-se como um Pedro, Tiago e João.
O importante é viver intensamente e dentro de grandes propósitos para amadurecimento pessoal e espiritual, sabendo que as experiências produzirão em nós a renovação da esperança, como escreveu Paulo em Romanos 5:4. Não busco fama alguma, mas desejo ser um dos principais do Reino de DEUS aqui na terra. Não fui chamado apenas para ser mais um, muito menos para esquentar banco de templos. Como pastor, quero viver intensamente. E sei que devo me submeter a experiências boas e amargas também. Todas as coisas cooperarão para o meu bem, porque AMO O SENHOR acima de qualquer coisa.
O melhor que me aconteceu foi me libertar da cultura religiosa de que eu só podia ser cristão se estivesse associado a alguma denominação, se tivesse a carteirinha de membro em dia.
Hoje sou IGREJA e convido a todos a serem. Convido todos a saírem do comodismo de Bartolomeu e a viverem como Pedro, Tiago e João que, com ousadia, souberam criar um espaço tão importante dentro de um Ministério especial.
Quanto mais amadurecimento, mais saímos da mira do diabo e saberemos reagir melhor às investidas do inimigo contra nós.
Igreja, desperte!!
FERNANDO CÉSAR – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça”; “Antes que a Luz do Sol escureça” e da coleção “Destrua o divórcio antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua o adultério antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua a insubmissão antes que ela destrua seu casamento”. Também é pastor e líder do Ministério Restaurando Famílias para Cristo.
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